A RAZÃO PURA. KANT
“CRÍTICA DA RAZÃO PURA.” KANT.
Um espaço heterogêneo como a internet seria avesso a inexpugnáveis fronteiras de penetração do raciocínio, mas nunca é demais acreditar e esperar a função onde surge adensada disfunção. Crer na inteligência é a esperança onde os extremos se tocam; “extrema si tangunt”.
A crítica, todos sabem, na melhor forma, busca o crescimento positivo para construir, quase calcada na Lei de Spencer, seleção natural para melhor, criticar seletivamente para concentrar um objetivo maior e mais verdadeiro no objeto visado.
Assim, nesse propósito, e de “quando em vez”, para quem quiser e interessar "degustar" um pouco da monumental "Razão Pura", vamos fazer um breve passeio, curtíssimo e singelo sobre o kantismo, para abordar sua dialética superior, versando sua magna obra, “A Critica da Razão Pura”, onde é advogado contra e a favor de suas próprias ideias, fazendo a “tese” a “antítese”, “antinomias” e suas variantes. E falemos em poucas linhas, reportando, (vamos tentar) o que ele discorre em alentadas páginas nas profundezas de seus discursos dogmáticos.
E trata assim sobre o surgimento do mundo. “De fato, se admitirmos que o mundo não tenha começo no tempo, uma eternidade terá decorrido até cada instante dado e, por conseguinte, ter-se-á dado uma série infinita de estados de coisas no mundo. Ora, a infinidade de uma série consiste precisamente em que essa série jamais possa ser concluída por uma série sucessiva. Portanto, uma série infinita decorrida no mundo é impossível e, consequentemente, um começo de mundo é condição necessária de sua existência. Esse é o primeiro ponto a ser demonstrado”
E vai o emérito pensador lançando as contraditas e resolvendo-as.
“Quanto ao segundo ponto, se admitirmos o ponto de vista contrário, o mundo será um todo infinito de coisas existindo simultaneamente. Ora, só é possível conceber a magnitude de um quantum dado dentro de certos limites a uma intuição, por meio de uma síntese das partes. E a totalidade desse quantum, pela síntese completa ou pela adição repetida de unidade a unidade. Portanto, para pensar o mundo como um todo que preenche todos os espaços seria preciso considerar como completa a síntese necessária das partes de um mundo infinito, ou seja, como se tivesse decorrido um tempo infinito na enumeração de todas as coisas coexistentes, o que é impossível.”
E remata de forma inigualável, cartesianamente: “Logo, um agregado infinito de coisas reais não pode ser considerado como um todo dado, nem, por conseguinte, como dado ao mesmo tempo. Portanto, um mundo quanto a sua extensão no espaço, não é infinito, mas está encerrado dentro de limites. Esse era o segundo ponto a ser demonstrado”.
E faz a antítese: “ De fato admitamos que o mundo tenha começo. Como o começo é uma existência precedida de um tempo em que algo não existia, deve ter havido um tempo anterior em que o mundo não existia, ou seja, um tempo vazio. Ora, num tempo vazio não é possível o nascimento de coisa nenhuma...”
E “pensa” a ideia de Deus, do surgimento do mundo e da liberdade de forma exclusiva e vanguardista, estável o vanguardismo até hoje. É um começo do pouco que pretendo lançar sobre “A Razão Pura”.