PALAVRAS



Na ponta de um lápis
Como na ponta da língua
Palavras podem construir ou destruir.
 
Se palavras soltas são a principio livres de maldade, quando combinadas em sentenças insurgem-se como poderosas ferramentas de apoio, capazes de por si só transmitir luz ou trevas.
 
É melhor que nos calemos, do que permitir que expressemos palavras que não participem da construção da dignidade humana.
 
Palavras podem ferir ou dignificar, podem ofender ou ajudar, podem elucidar ou confundir, podem ser aliadas do bem ou parceiras do mal, cabe-nos então a coragem e a vontade de buscar algum domínio sobre elas. Mas como dominá-las se somos preguiçosos e benevolentes no domínio de nós mesmos.
 
A língua ferina é como uma caneta maligna, melhor fosse que nunca existissem, elas podem destruir vagarosa ou rapidamente a dignidade humana.
 
Somos humanos, por isto imperfeitos, mas isto não me ausenta da responsabilidade pelo que falo ou pelo que escrevo. Sendo fraco, deveria assim esforçar-me mais em manter algum controle mental sobre o alcance do que falo e do que escrevo.
 
Parafraseando Einstein: “minha caneta é mais inteligente do que eu”. Se um humanista e brilhante cientista como ele assim o achava, imagina o quanto minha caneta é mais inteligente do que este mero aprendiz das letras e principiante na arte da argumentação.
 
Está certo que o Einstein deu uma conotação um pouco diferente para esta assertiva. Ele tentou passar a informação de que sempre que mergulhamos profundamente na análise racional e crítica de qualquer assunto, quanto mais nos voltamos para nosso profundo eu em nossa análise, mais o subconsciente assume um papel proeminente nesta mesma análise, que nossa caneta parece ganhar vida própria e inteligência, parecendo assim que a caneta começa a escrever coisas que sequer imaginaríamos no início de nossa jornada.
 
Mas retornando a minha linha de raciocínio, se não tenho capacidade para dominar a língua que ofende, a mente que destrói, ou a caneta que mal diz, porque tento escrever ou falar? Melhor seria que tivesse nascido mudo e que me houvessem retirado os braços.


Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 19/04/2011
Reeditado em 21/04/2011
Código do texto: T2918844
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