MASSACRE DA MÍDIA.

Roberto da Matta, invulgar cronista, do alto de sua sedimentada cultura, vasta e rica como antropólogo de nomeada e Professor Universitário nos EUA e na Europa, adverte que a tragédia de Realengo terá sucedâneo.

Isso não escapa ao observador mais primário. A canonização do mal não serve só ao fato, mas ao exemplo. E o exemplo, sabemos todos os aculturados mínimos, se repetem.É a escola do mundo e das eras.

Aprendi lidando com menores no Juizado de Menores do Rio de Janeiro, que os menores são maximamente mais perigosos que os maiores. Por quê? Buscam ser mais crueis para sobressaírem no grupo e serem respeitados pela extrema crueldade.

Exsurge assim, não só a irresponsabilidade penal que se afigura como impositiva, até pela deletéria marca, aí sim, de uma legislação irresponsável diante de uma menoridade consciente que deve ser minimizada. Temos absurdamente um menor poder escolher seu representante legal aos dezesseis anos, votar, e não responder penalmente nessa idade pelos tipos penais, condutas criminosas, que o escolhido pelo menor de dezesseis anos legislar.Didática do erro.

Na tragédia de Realengo um incapaz, psicopata, acometido de esquizofrênia patente, está sendo lembrado perseverantemente pela mídia em exposição que evidencia os que buscam a evidência, diga-se, em assunto já esgotado.

Desserve a informação tal publicidade, a exposição desnecessária. É preciso lembrar que a juventude insana hoje é soma de grandes quantidades, e muitos aspiram a fama pela crueldade. A droga está a comandar exércitos... As escolas em São Paulo sofrem de violência exaustiva contra professores. Já participei dessas discussões. Não vejo muito progresso, a droga ronda portões de colégios e suas salas de classe.

A imprensa, que não sofre censura por força de regra constitucional valiosa e correta na salvaguarda das liberdades, precisa entender que a notícia que vende pode ser também a que mata, pela simples vontade de ser temido sendo o mais cruel, como pela insanidade etiológica ou adquirida, aquela como acontecido, esta dando saltos de envergadura geométrica.

É preciso mais responsabilidade, ao menos de quem se espera que tenha, a mídia....