A mídia em debate 

     Ultimamente tenho visto, ouvido no mundo política uma choradeira contra a mídia. O governo anda usando de discurso para atacar a imprensa, mais ao mesmo tempo vem dizendo que quer uma imprensa livre e democrática. Ele precisa dizer melhor o que quer dizer com uma imprensa democrática e livre. Será que quer livre e democrática para falar bem do governo? Porque se é isto que o governo quer ele já tem, então não há motivo para reclamar da mídia. Ou será que ele diz assim, porque tem o controle apenas de 90% das mídias e gostaria de ter os 100% delas. Porque hoje o governo já detem poder nas maiores imprensas brasileiras. 

     Não é novidade para ninguém, que hoje a grande parte das verbas que sustentam a mídia é das instituições governamentais como Petrobras, Banco do Brasil, as publicidades do governo, etc. Enfim, muitas das mídias brasileiras sobrevivem dos recursos oriundos do governo. Se não bastasse isto, muitas empresas recorrem as bancos estaduais e federais para sanar suas contas. Em suma, estão totalmente dependentes do governo. 

     Talvez a mídia que lhe faz oposição são aquelas públicas, porem de outros poderes como TV Senado, TV Câmara, que acabam fazendo noticias e as empresas de mídias privadas acabam sendo obrigadas a correr para dar noticia em primeira mão ou pelo menos noticiar. Talvez algo que o governo pode desaperceber é que, embora a grande parte dos recursos que sustentam as empresas vem dele, ainda uma pequena parcela vem da sociedade civil, sendo assim, ela é obrigada a noticiar matérias contra o governo, embora que ainda sejam noticiadas superficialmente. 

     Democracia é liberdade de imprensa, é o direito as informações. A mídia não tem a obrigação de ser neutra em suas posições ideológicas ou políticas, ela tem o dever com as informações e levar a sociedade o que está acontecendo. Ela precisa e deve ter compromisso é com a noticia. 

     O absurdo que vimos neste pleito eleitoral foi um assunto que procurou ser abafado, inclusive com medidas judiciais no Rio de Janeiro, não podendo mencionar a questão do aborto porque uma candidata do PT era autora do projeto que legaliza o aborto. Isto que é um flagrante atentado à democracia. Um bispo ter invadido sua residência com ordem judicial. Imagina um candidato não poder citar que seu concorrente é a favor do aborto? Será que o pessoal do PT não acha que isto sim, é ferir o direito a democracia? 

     Há hoje uma nítida intenção em calar a imprensa, procurando jogar a sociedade contra ela. Mesmo sabendo que grande parte dela (mídia) mesmo sendo privada são imprensas governamentais.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 14/11/2006
Reeditado em 14/11/2006
Código do texto: T291491