MOMENTOS DE CRÍTICA
Navegando por textos e comentários, uma coisa me chamou a atenção.
É interessante como certos comentários que fazemos a alguns textos, transcendem ao que neles está escrito indo além do momento ali registrado. Cada texto é um registro de um momento que nas linhas do autor transforma-se em único. Por tanto, ao comentarmos a obra de um escritor, devemos ter o cuidado de nos atermos à obra em questão. Assim evitaremos a contaminação das palavras que escrevemos com a suposição de nossa suposta sabedoria, “alusórias” a outros textos do mesmo autor.
Deixe que um momento doce registrado como doce, assim permaneça. O mesmo faça com os amargos, os azedos, áridos, eufóricos, com os de esperança ou desilusão. Enfim, todos eles sejam reais ou fictícios. Pois são momentos da emoção de quem escreve.
A obra não é o autor, é dele apenas uma parte. Tentar montar um todo a partir de partes soltas, sem ao menos sabermos se estão todas ali presentes, não é crítica literária e nem, talvez, um comentário construtivo... É suposição invasiva. E não se deve supor publicamente a respeito de outrem.
Julgamo-nos, às vezes, tão sábios e ansiamos por compartilhar nossa sabedoria. Mas, a sabedoria deve ser exercida com sabedoria ainda maior, esse é o real exercício do ser sábio.