Ciúme de Q. I

- Foi uma brincadeira.

- Não era brincadeira.

- Brinquei com esse negócio de quociente de inteligência.

- Pois fui considerado um Q.I alto, elevado, filosófico.

- Eu ri.

- Riu de mim?

- Não do Q.I

- Mas o Q.I é meu.

- Fiquei com ciúme, já disse.

- Ciúme? Foi inveja da grossa.

- Você filósofo?

- Sim. Apontado como filósofo.

- Quem teria medido o Q.I de Sócrates?

- Mediram com a régua social da época enquanto você morava debaixo da escada numa república barata.Com baratas.

- Perspicácia excessiva e agudeza de espírito não é Q.I. É inconformismo.

- Seja o que for tenho Q. I. Você não tem nada.

- Tenho foto no Orkut. Virei blogueiro.

- Invejoso e pobre não tem Q.I de Facebook.

- LHUFAS. Você lia Pasquim, amava o Scliar...

- Chonfas.

- Não leve a mal.

- Levo sim. Você merece comer vegetação compacta bem verde.

- Mereço. A brincadeira era para medir camaradagem partindo do quociente de inteligência.

- Demônios.

- Somos um inferno.

- Não queria perder essa.

- Para terminar fique sabendo que também tive Q.I alto, mas omiti para não pagar imposto de renda.

- Essa é muito boa!

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Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 16/04/2011
Reeditado em 09/09/2011
Código do texto: T2912282
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