COMO LIDAR COM O LUTO.


Falar sobre a morte, não é nada fácil. Viver a perda de um ente querido então, é dor inimaginável. Somente quem vive o fato sabe o quanto machuca e como a vida perde o encanto. Os dias ganham tons de gris, independente de ser verão ou inverno. Não há mais beleza no canto dos pássaros, nem colorido nas flores dos jardins.
A comida perde o gosto, pois o enlutado perdeu o paladar para a vida.

Deveríamos falar muito mais sobre a morte, pois ela é a única coisa com que de fato podemos contar, sem medo de errar.
Vamos morrer e nossos entes queridos também, somente não sabemos quando.
Se isso é um fato incontestável, por que não nos preparamos melhor para vivê-lo? A resposta é simples, porque aprendemos a fazer de conta que somos imortais, na maioria das vezes vivemos como se assim fosse.

O sentimento de quase toda pessoa que perdeu alguém muito amado é sempre parecido. Uma tristeza imensa, seguida de desânimo, apatia, um choro constante, que não alivia a dor, uma saudade que aperta o coração.
Na vivência do luto, podemos adoecer, por conta da tristeza que nos invade, dando ocasião para que doenças psicossomáticas se instalem em nós, como:
-Os distúrbios do sono
-Os distúrbios da alimentação
-Dificuldade para realizar as tarefas rotineiras
-Distúrbios de atenção e memória

Outra questão é sobre o tempo para superar o luto. Importante saber que não existe um tempo padrão. O tempo ameniza a dor, porém, se o luto não for vivenciado como deve ser, pode gerar um luto crônico. Dessa forma, quanto mais o tempo passa, pior fica.
A Psicologia fala que o luto pode levar de um a dois anos para passar. Mas, esse tempo, não é regra absoluta, pois, cada ser humano é único em seus sentimentos.

A Doutora Elizabeth Kluber-Ross, que dedicou sua vida cuidando de pacientes em estado terminal, conta de suas experiências com eles, e com seus familiares, e diz que existem cinco estágios para o luto:
-Negação
-Raiva
-Barganha
-Depressão
-Aceitação

É comum quando se completa um ano da morte, acontecer um fenômeno chamado "Reação de aniversário". As pessoas se perguntam por que estavam melhor e a dor voltou com tudo?

Um fator importante é entender que cada perda é única. Não há dois seres humanos iguais e isso se reflete nos vínculos que estabelecemos, bem como nas condições da dor pela perda daqueles, a quem amamos.
Cada pessoa fica enlutada a sua maneira, não existindo maneiras melhores ou piores. O luto é uma experiência pessoal e única.

Portanto: FAÇA AQUILO QUE VOCÊ PODE E AQUILO QUE FAZ SENTIDO PARA VOCÊ, para alivar a dor da ausência.
Lembre-se que este é um momento peculiar, em que você está enfrentando situações e sentimentos que jamais imaginou viver.

A fé e o conhecimento são excelentes ferramentas de apoio. A Doutora Elizabeth Kubler-Ross, conta em seus livros que: "O diálogo com pessoas imaginárias é comum, no leito de pacientes em estado terminal. Sempre alguém que o paciente amou e já morreu está ali, para ajudá-lo na transição".
Ela afirma que ninguém parte sozinho.
Diz ela: "Sei, com toda certeza, que há vida após a morte".
A confiança nessa possibilidade, traz lenitivo ao coração, daquele que viu um ente querido partir dessa vida.

Enfim, não há mesmo respostas simples sobre como lidar com a morte, a  ausência física, e a saudade, fragilizam o enlutado. Por isso, que o luto deve ser compartilhado, pois assim será amenizado. Bom lembrar que: A DOR COMPARTILHADA É DOR AMENIZADA.
No mais, é buscar força e entendimento, dentro de nossas crenças pessoais, pois, pode ser até que "briguemos" com Deus por um tempo. Mas, sem dúvida aos poucos vamos revendo essa questão.

E quando realmente realizamos o luto de forma "saudável" vamos aceitando a perda e entendendo que "nunca" iremos esquecer o ente querido que morreu. No luto bem vivido, vamos transformando a AUSÊNCIA em MEMÓRIA. E isso faz toda a diferença.
Com o passar do tempo a dor se modifica e ameniza.
O que nos acompanhará pelo resto da vida, será a saudade, e com ela o universo de lembranças daqueles a quem sempre amaremos.



 
Lenapena
Enviado por Lenapena em 15/04/2011
Reeditado em 24/09/2016
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