Serei sempre o mesmo, só não serei o mesmo para sempre

A respeito do post sobre Israelzinho, uma pessoa que não quis se identificar escreveu: “Sinal de que nunca é tarde para corrigir os próprios erros. Você também, Fábio, intuo que um dia deixará para trás esses apetrechos ideológicos da esquerda em que acredita. Mesmo assim, espero que não perca a inteligência, a capacidade literária e a vontade de alcançar e defender o ser humano”.

Meu(minha) caro(a) leitor(a), eu daqui de minha toca olho o mundo “livre” e respeito sua opinião, dizendo entretanto que não consigo pensar numa humanidade sem ter um ideal de igualdade para sonhar e lutar.

Sabemos que a grande fiadora dos regimes monárquicos e depois burgueses é a própria Igreja Católica Apostólica Romana. Mesmo nessa instituição fechada, floresceu o ideal do socialismo cristão, movimento político que defende doutrinas e ideais de esquerda, cristãos e socialistas.

Serei sempre o mesmo, só não serei o mesmo para sempre, como já disse certo filósofo de mesa de bar. Esses apetrechos ideológicos da esquerda dos quais você fala, se for a capacidade de indignação diante da injustiça, do preconceito e da opressão, jamais os deixarei para trás. E, francamente, faço minha autocrítica. Já andei atrás de bondes equivocados, já empunhei a bandeira do Partido dos Trabalhadores até torcer o pulso literalmente, mas afinal compreendi que não dá pra mudar o mundo de cima pra baixo, tangendo as massas como gado, nem dá pra acreditar em líderes geniais e semi-deuses do populismo. São todos falsos comandantes. Não quero também aprimorar o capitalismo, dar respaldo para quem só quer mesmo “moralizar” o sistema, ou gerenciar o cabaré imundo que é esse sistema econômico e social sob o qual vivemos. Sou anarquista.

E olhe que o movimento anarquista está em franca ascensão no mundo. O fenômeno Wikileaks é uma demonstração importante desta realidade, mas não é a única. As manifestações de estudantes em Londres, por exemplo, também contaram com o pessoal anarca.

No Brasil, os desiludidos do PT, PCdoB e outras falanges esquerdistas reformistas em breve descobrirão que a liberdade não está nem no socialismo nem no comunismo. A nossa cultura de autoritarismo represa o anarquismo que é a anti-autoridade. Mas um dia conseguiremos chegar ao Estado mínimo e à plena liberdade para o ser humano. Como libertário, acredito.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 15/04/2011
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