Jucucléia era uma pernambucana forte, alta e de voz poderosa, embora fosse sempre delicada. Não permitia, no entanto, injustiça e falta de respeito às regras. Entrou no metrô e postou-se diante de uma jovem que estava sentada no banco preferencial. A menina, com 17 ou 18 anos, lia sem se importar com uma senhora, em pé, que carregava um bebê no colo. Jucicléia esperou um minuto para ver se a menina se tocava. Como isso não aconteceu, ela cutucou-a e disse: me desculpe interromper a sua leitura, mas você podia me ensinar o seu segredo para ficar tão jovem mesmo já tendo 65 anos? ´ - O quêêêê? Eu só tenho 17 anos! - Bom , me desculpe, mas esses bancos são preferen-ciais para idosos, deficientes, pessoas com criança de colo ou grávidas. Estou vendo aquela senhora ali, com um bebê, e você não se mexeu. Imaginei que você tivesse 65 anos. A garota, não querendo perder a razão, disse: ééé éééé...que...que eu tô grávida.
-Não me diga! Com essa barriguinha sarada desse jeito, não parece mesmo!
-É que só tem quinze minutos – respondeu a pilan-trinha. Jucicleia então engrossou a voz e disse-lhe com toda sua autoridade: seje besta, menina! Pensa que me engana? Levante daí agora mesmo e dê o lugar pra senhora.
A menina levantou-se e desceu na primeira estação, sob as vais de um grupo de estudantes. Aposto que vai prestar mais atenção na próxima viagem.
-Não me diga! Com essa barriguinha sarada desse jeito, não parece mesmo!
-É que só tem quinze minutos – respondeu a pilan-trinha. Jucicleia então engrossou a voz e disse-lhe com toda sua autoridade: seje besta, menina! Pensa que me engana? Levante daí agora mesmo e dê o lugar pra senhora.
A menina levantou-se e desceu na primeira estação, sob as vais de um grupo de estudantes. Aposto que vai prestar mais atenção na próxima viagem.