Violência real e violência virtual, lado a lado
Basta acontecer um caso macabro como o da escola de Realengo e os debates se acirram e vira uma febre. Criam dezenas de teorias. Apenas um assunto não é tema de debate: " A violência disseminada pelos vídeos games, filmes com posters imensos expostos nas locadoras, desenhos e filmes de quinta categoria nas grades de programação das emissoras de TV. E o que dizer de programas em que os destaques são cem por cento de assassinatos, roubos, estupros e espancamentos. Não há interesse porque o volume de dinheiro é espantosamente grande. Vidas não contam quando a meta é o lucro líquido (sangue).
Li um artigo de um homem de TV, Renato Sabatinni, onde uma pesquisa feita nos EUA viu que de oito casos de crimes cometidos em escolas foram praticados por jovens com menos de dezesseis anos e, dois tinham menos de treze anos. A característica comum a todos eles? Aficcionados, apaixonados por games violentos e ultraviolentos.
Outras constatação foi que em paises onde o controle de games violentos e armas de fogo é feito com rigidez, como Canadá (vizinho dos EUA e Japão, a incidência é praticamente nula.
Uma outra pesquisadora, Salomé Rodrigues chama a atenção para o carater personalizado dos games. Quem comete os crimes virtuais é o adolescente. Tentem visualizar a reação de uma mente em formação à violência dos jogos. Juntem isso à competitividade absurda que o mundo atual vem impondo às pessoas e, cada vez mais cedo. Prova disso é a preocupação de muitos pais em fazer seus filhos de quatro, cinco, seis anos estudarem ingles, francês, esperanto, computação, balé, natação, história das artes, e, música ( para tirar o estresse. Só rindo). A criança não tem mais infância, é jogada no mundocão. E os pais se eximem com a justificativa de que é para o bem do futuro deles, os filhos. E eu pergunto. Que futuro? Que filhos?
E ainda existem os famigerados programas de TV que descobriram que filmar e comentar as mazelas do povo atraem a atenção porque distrai a atenção de quem assiste das próprias mazelas. E a gente vê a total falta de ética pois, gostaria que me mostrassem uma razão, umazinha só que justifique tais programas. Não é educativo, não é enretenimento, não leva a nenhum resultado prático. Apenas incita mentes doentias a querer deixar de ser figurante para ser estrela, mesmo que seja em um enredo macabro.
Violência e competição exacerbadas só geram mais violência e mais competição, cada vez mais desleal, onde todos querem ser estrelas e ninguém se sujeita a ser um mero, feliz e indulgente figurante.