Overclocking e o jornalão

O computador já nasceu como expressões de doença do tipo vírus ou mesmo diagnosticar isto ou aquilo. Tudo para aumentar a sua respeitabilidade de grande vantagem material. Foi então que o jornalão RS resolveu contar ao mundo local qual procedimento real para se obter uma máquina funcionando, o que na maioria dos casos é quase inacreditável.

Quantas vezes a música que você baixou foi interrompida demorando até a exaustão? Quantas vezes o filmezinho parou, engasgou, até colocarem fotos no lugar para distrair o tempo de espera, gentileza por si só de fundo bizarro, fruto do mau funcionamento. O eufemismo “acelerar” o computador é bárbaro. Acelerar o computador, sem eufemismo, é fazê-lo funcionar segundo a sua própria promessa de mercado.

Pois não é que o jornalão confessa o caminho para aumentar o rendimento! Ter o computador verdadeiro, esse “rápido”, mais veloz do que aqueles que os fabricantes colocam na nossa casa cheios de alegria. O jornal revela a utilidade de uma grande manha.

Se você revelasse essas manhas talvez lhe mandassem prender. É assim: O sujeito tem que desmontar toda a parafernália técnica que vem arrumada de fábrica com nome de computador e acelerar o bicho. Para acelerar é preciso aumentar a freqüência. Aumentando hertzianamente o animal ele consegue processar bilhões de informações por segundo. Para tanto se torna necessário colocar gelo seco nos componentes para resfriar o desgraçado.

Eufemismo que o jornalão dá o nome de “performance”, garantida, mas sublinha: “existem pessoas especializadas para fazer o procedimento” como se fosse barbada. Não revela que não existem muitas pessoas na área com essa capacidade de transformar o micro num instrumento sincero de ação e reação no terreno da utilidade prática. Existe um número reduzidíssimo de criaturas com capacidade de garantir sucesso na velocidade do funcionamento de todas as geringonças misturadas experimentalmente e vendida sem assistência técnica constante aos idólatras da modernidade. São milhares de máquinas que gostariam de poder baixar um filmezinho, sem levar horas a fio na frente de uma palavrinha dizendo cinicamente: está baixando. Primeiro fizeram leis morais, correndo. O jornalão já sabia disso há muito tempo...

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Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 14/04/2011
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