Nas terras do fim do mundo

Hoje na pagina 148 do meu "moleskine" as folhas soltaram um bramido de tristeza pois o conjunto se desbaratava num nãomedeixes visto que outras duas saltadas e estaria na contra-capa.

Hoje na pagina 148 do meu "moleskine" encontrei uma história assim:

"Vai ter comigo ao lugar do costume, não leves nada vai apenas tu que eu já lá vou ter contigo."

Pelo caminho o pensamento sacudia o tempo, o destino dele estava nas mãos do mundo, o sentir cansino do coração atormentava o delírio conjugado da sua aflição. Viam-se a espaços de tempos a tempos e amavam-se como ninguém tudo era coração, um amor de amor verdadeiro.

Ela bambaleava-se pelo areal. Quando ele chegou ao sopé da areia dourada, os passos dela tiniam amargurados levantando a espuma da baía; A saia rodada estava molhada pelo baixo das canelas, e os seus cabelos longos e negros reflectiam a luz filtrada do sol que se entorpecia lá no horizonte numa copula mundada com o Atlântico nesse abraço de fogo e água.

"Oi Clau!

Oi...

Aqui estou eu nesta aflição meu amor, o que tens para me falar de tão urgente aqui no nosso lugar preferido?!"

Ela falou:

"Toda esta história, gera um conflito em mim, todo o meu ser acredita que existe uma razão de tudo ser, mas eu sou a aflição de querer acreditar que o que sentes é muito mais do que aquilo que eu ouso pensar. Sim sei que és demais carinhoso, que sentes de amor como ninguém, mas podes dizer que estou com medo de ser feliz, isso tu sabes no fundo de ti que não é verdade; que "odeio" amar, também sabemos que isso não é verdade; que tive medo de seguir em frente... Isso também não é verdade; Que interpretei tudo errado ou que o que foi escrito para mim foi escrito para mim, ou o que foi dito para mim, foi dito para mim, isso não é verdade mesmo, porque tu falas de uma saudade daquilo que já viveste; Que o que sentes por mim está acima disso tudo, acredito que sim, mas não me quero misturar nisso tudo. Acho que minha posição foi bem firme das outras vezes, que sempre deixei claro que não entraria no meio de uma história mal acabada e por mais, mais que tu fales para mim que acabou, o teu sentir, quando se expressa, diz outra coisa bem diferente."

O mar azul um oceano sem acidentes e uma costa vazia de vezes. Um drama a beira do colapso, um rio de lágrimas lavadas, uma vontade de berrar o impensável, uma crueldade "reeditada".

O lustroso da Lua bateu nas rendas da maresia que limpava o sal dos dedos dos pés e ficou aquele silencio de quem sabe que o momento não é de falar.

Os seus passos caminham no outro vão de destino e sobre a história do meu tempo o vento sopra uma brisa fresca de Verão que deixa ansioso o meu maltratado coração. Procuro nos seus olhos algum perdão, mas as mulheres tem essas coisa de dizerem o que não sentem como sentindo com a convicção de um General.

A amizade não se coloca quando se ama em toneladas e nas terras do fim do mundo a vida evapora-se sozinha.

Quando abri os olhos já madrugava fora de horas, Clau desaparecera na brisa daninha sobre a forma de sereno, e no adelantado do profundo mar correu como uma mensagem arquivada a espaços de agonia nas profundezas selvagens e marinhas para desaparecer da minha vida desfazendo-se por entre os dedos.

Aquilo que escrevo na pagina 152, é um destino rancoroso sobre a vida entre ela própria e a solidão de amar o impossível, larguei os beijos na almofada com o teu rosto e bani-me da sociedade dos votos amorosos e passei a dedicar-me aos "outros" como causa e, quem sabe do mar uma outra vez não me surja transparente nos braços de uma alforreca a sereia oceânica do meu jardim.

Tenho para mim todos os sonhos do mundo e não sei outra coisa dizer senão amo-te se é amo-te que te quero dizer, porque não dizê-lo?! Quando se ama diz amo-te porque é amo-te que se quer dizer e no mundo tenho todos os sonhos de mim ou me odeias ou me amas, não existe meio termo e nas terras do fim do mundo a vida evapora-se sozinha!

Assim se foi ela evaporada no meu coração além, além, além...

P.s. Aquilo que escrevo são sentimentos profundos do meu conglomerado existencialista, história inventadas com intenção, conversas escutadas, frases lidas nos meus muitos livros e ou a imaginação apenas inventando histórias, umas minhas outras nem tanto. Tu que me lês interpretas como tuas as que te proverem mas acredita que todas elas se tiverem alguma coisa com a realidade, são pura ficção.

Vou ficar quieto por uns tempos pois ando meio farto de coisas erradas, de amores atropelados, e internet fastidiosa. Ando meio no lá, vou ler um livro, visitar outros blogs e deixar o meu quietinho. Amo demais preciso parar, ando com aquela vontade de IR sem volta, arrumar as trouxas e IR, quem sabe te mando um email de Kuala-Lumpur ou Calcutá, afinal viver é viver...

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 13/04/2011
Código do texto: T2907424
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