Jovens gigantes

A única maneira de amadurecer a vida política no interior urbano e até na capitais é criando um programa básico de atuação social monitorada pelo judiciário. Por exemplo: os resíduos sólidos urbanos e seus impactos socioambientais é uma questão de todas as gestões numa linha constante de aperfeiçoamento. Do contrário vamos morrer sufocados pelo lixo de todas as direções.

Realiza uma obra social quem quer e segue quem quer certas prioridades desta mesma obra. Ela pode nem começar, acabar no meio do caminho ou permanecer fechada após a finalização. Quem há de dizer que não? Possivelmente o povo elegerá gente pouco capacitada como vingança ao modelo de representatividade que lhes deixa na miséria. É contrapartida gráfica. Assim qualquer assunto municipal será tratado como se o tema fosse direcionado com linguagem antiga de troglodita etíope na mesa das autoridades mal informadas.

Qualidade nas escolas é outro assunto que deveria se manter em pauta permanente. As administrações docentes precisam com urgência fugir da ingerência partidária. Possuir uma sólida linguagem executiva docente. A coisa mais humilhante do mundo é bater em porta de prefeito para conseguir contrato para começar carreira de professor. Há onze anos que me recuso e é por esta razão que estou só aqui nessas letras deste recanto. Verdadeira tribuna do povo.

Os vícios das direções sociais são os mesmos: recursos desviados para outras pastas ou divididos, subdivididos até sumir a última partícula de valor. Projeto inicial que some e ganha nova sigla e assim de sigla em sigla ninguém sabe mais a quem procurar para estabelecer uma lógica de negociação. Fundos que desaparecem no limbo.

Como problema do lixo é gravíssimo temos o lixo político, e que me perdoe o lixo. Há muito lixo espiritual que se transforma em viva demagogia com extrema habilidade, descambando para o campo moral de um Catão-Requião. Imagem e semelhança. Essas coisas.

Ouvi dizer que nossa geografia repousa sobre grandes veios dágua, quase rios entre o mar e a lagoa em que vivemos. Quer dizer que o lixão está sobre a água potável, ou ex-potável, porque ainda temos os elementos da monocultura do arroz. Todo o descarte da lavoura vai e vem para dentro da lagoa até passar voando sobre nossas cabeças quando o pesticida é lançado. Não há definições de espaço aéreo para aviões do gênero. Depois, a lagoa lava tudo, guardando todos os ingredientes da mistura nos peixinhos.

Este país precisa de um pacto deprodutividade com a qualidade total da produção em termos de preservação da natureza. Mas cada vez que se cria uma idéia social também se cria junto o abono político, os cabides de empregos com as riquezas do projeto. Sopra o “spray” do lucro na aspersão das entrelinhas.

Os riachos dentro da cidade poderiam brilhar, mas estão lentamente apodrecendo, podendo gerar uma peste a qualquer momento graças a estupidez, além da silenciosa erosão.

O que vemos na política atual de gabinete é a presença de jovens gigantes. Esse gigantismo de status pessoal. Eles estão perdidos na condução técnica dos temas, atormentados pelo jogo das influências, eivados pelas vaidades dos viciosos em cargos de confiança. Cargos que todo mundo almeja, mas que resultam num verdadeiro inferno administrativo nacional. Até Churchil teve medo dos “jovens gigantes” durante a luta contra a maldade humana. São ambiciosos, mas de grande força mental, porém mal sabem para que lado devem decidir quando se trata de discernimento para com as penas da vida pública. Surdos e sem a voz da experiência num país que envelhece cedo para lucrar alto com a alienação. Todos estão aí... Escalonados no paxalato. Já a Suécia tem cidade sem lixo.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 13/04/2011
Reeditado em 13/04/2011
Código do texto: T2905945
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