Inutilmente célebre.
Engraçado, eu estava tocando Creep, aquele som do Radiohead, e viajando na letra. Percebi que para muitos o "bacana" é ser famoso, estar de alguma forma em destaque, mesmo que você não seja o dito cara legal, inteligente de boa índole e tal. Quando os holofotes estão apontados para alguém, tudo que aquele alguém realmente é parece que fica escondido atrás de todo o glamour que se atribuiu àquele que então tornou-se uma celebridade. O cara pode não saber falar bem sua própria língua, pode ter idéias ruins ou não ter idéia alguma, ter o intelecto duvidoso ou não ter intelecto algum, pois não vai fazer a menor diferença, tudo o que havia de negativo acaba ilusoriamente sumindo. O que eu aprendo ouvindo um Funk batidão, um black desses estado-unidenses, por exemplo? A ser promíscuo, a ostentar dinheiro, carros, jóias luxo e mulheres fúteis cujos únicos interesses são a riqueza, fama e poder? Particularmente abro mão disso!
"You're so fucking special" and "I'm a creep"
Se ser "tão especial" é aceitar ser tão ignorante a ponto de louvar os valores acima e consumir seus ideais (isso se existe algum ideal nisso) então prefiro ser um verme, um esquisitão que pensa, que reflete, analisa criticamente e não se alimenta desse banquete de ignorância que é servido aos preguiçosos que não se dão ao trabalho de acordar para a realidade e colocar para funcionar o tele-encéfalo altamente desenvolvido, que acompanhado do polegar opositor diferencia o ser humano dos outros animais.
Conhecimento não ocupa espaço.