Madura, autossuficiente, centrada e coerente, eu?!? Serei franca e breve. Mas não tão breve, que não ouse um pouco de poesia. Sempre me considerei emocionalmente aflita, um medo terrível de sofrer. Queria amar sem rompantes, desvelos ou desencontros. Isso é uma coisa tão minha, tão íntima e tão convicta, que eu simplesmente, não conseguia administrar com paciência e delicadeza, toda a gama de emoções, afinal sempre fui voluntariosa e intensa. Parece parodoxal, mas eu tinha planos para amar sem exageros. Mas o coração sempre aos pulos, se apaixonava perdidamente, e, se entregava feito um louco e,quase sempre, muito mais insegura do que sonhadora, só queria evitar que aquilo se alastrasse, feito um perfume que fica no ar ... Mas quanta bobagem! As coisas do coração são absurdamente imprevisíveis e previsíveis ao mesmo tempo: chegam, imperam, colorem, assombram, sustentam, comovem, explodem, implodem, numa sequencia bárbara, sem combinações ou controles. E, é essa legitimidade humana, que é incapaz de mascarar desprendimentos e lágrimas! Lembro-me bem, que a cada momento em que isso acontecia, apenas me limitava em pensar: 'ah não, de novo não...' E, meu coração deslumbrado, nem ouvia meus sussurros desesperados: ‘anda, acaba logo com isso...’ No instante seguinte, já estava sonhando acordada, suspirando de saudade. E, sempre, sempre invariavelmente, querendo mais, do mesmo. Porque 'acabar logo com isso', soará sempre como uma infante fuga!!!
Mais, mais do mesmo...