A bagagem do Nordeste
Nas férias de janeiro muita gente viaja para o litoral brasileiro para curtir uma boa praia. Eu não ia fazer diferente. Procurei saber na internet qual seria o melhor lugar no Brasil para passear e que não fosse tão caro. A primeira indicação que me deram foi Maragogi, Alagoas, principalmente pelo fato da água quente e clara da praia.
Como eu já tinha conhecimento de como o Nordeste brasileiro é especial, já fui cheia de emoção, ansiosa para chegar à praia. O avião decolou e eu fiquei literalmente nas nuvens, e apesar do medo, de o meu coração bater mais forte, a adrenalina permitiu que eu experimentasse uma hora e poucos minutos de prazer.
Ao sair do avião pude sentir o calor que fazia em Maceió, capital. Eu e minha família pegamos um táxi promocional para poder chegar à cidade de Maragogi, começar a curtir o lugar e descansar ao som de um samba à beira mar.
Passamos por praias lindas, por um povoado carregado de cultura nordestina, de muitos causos. Apesar da pobreza, eles pareciam ser pessoas maravilhosamente felizes, e foi a partir daí que o Nordeste começou a me conquistar.
Chegando em Maragogi, fomos muito bem recebidos, eu nunca tinha visto nada igual. Quando ficamos sabendo que nossa pousada se localizava de frente para a praia não faltou nada.
Enquanto estava chovendo no Brasil inteiro, o Nordeste estava com sol, e o calor que fez durante nossa estadia não foi exagerado, pois a brisa do mar aliviava o calor e fazia o clima ficar perfeito.
As praias da cidade eram claras e a água era realmente morna, cheia de peixes coloridos e uma areia macia, confortável de se pisar. O passeio pela orla chegava a demorar três horas, mas eu nem percebia o tempo passar. E quando dava o pôr-do-sol, me sentava na pedra mais alta da praia do centro e ficava observando aquela paisagem fantástica.
As comidas típicas também me fizeram sentir em casa. A tapioca era algo que eu nunca tinha provado, e depois de comer senti a sensação de encontrar minha alma gêmea. Eu não precisava de vícios, já tinha encontrado o meu. Os sucos naturais pareciam vir direto do pé da fruta, me lembro muito bem dos sabores preferidos: Graviola, Morango e Ameixa. Sem contar aquela água a tarde com um peixe no quiosque.
Todos os dias ao anoitecer, o povo da cidade organizava um luau com muita música boa e gente divertida. A cidade é muito agitada, mas o clima é bem familiar, diria até bem amigo. Os nordestinos, ao contrário de muitos brasileiros, sabem que você é estrangeiro e por isso te tratam melhor.
Era uma tarde de domingo, após cindo dias, quando infelizmente chegou a hora de ir embora, então despedimos de todos com muita tristeza. Ao chegar em Minas, com aquela chuvinha rala e a falta de calor humano, chegou a dar vontade de pegar um outro vôo e ficar lá no Nordeste, com toda aquela gente de sotaque gostoso.