Coisa de berço
As crianças lá de casa, meus irmão e eu, não recebiam mesada. Padrinhos e avós vinham em certas visitas e davam um “dinheirinho” para cada um. Os mais velhos recebiam mais e os pequenos, uns trocos para as balas. Minha avó dizia saber que às vezes queríamos comprar algo para mamãe e papai, então que guardássemos o dinheiro para essa ocasião. Assim fazíamos e com o tempo, quando mais velhos, ganhávamos com nossos primeiros trabalhos e os presentes melhoravam em qualidade.
Hoje vi uma criança batendo o pé, literalmente, numa loja porque queria comprar determinado brinquedo e ia comprar porque o dinheiro era dele. É óbvio que nunca houve uma disciplina em relação ao egoísmo, quando educaram essa criança. Pensar em gastar com ele mesmo fará com que não entenda a solidariedade.
O que aconteceu no meio desse caminho, não sei. Talvez fosse só em minha casa a diferença. Éramos ensinados a não ser egoístas e isso fica enraizado desde o berço. Acho que esse sistema funciona melhor uma vez que a maioria dos jovens de hoje usam tanto o termo: ”que se dane”!