Matrimônio- Auto- complemento de duas almas em um corpo chamado Amor
A brisa que soprava e também o sol sonolento que preparava seu leito no horizonte eram testemunhas. O amor havia vencido. Sobre o tálamo um vestido e o buquê. Sobre o corpo um lingerie e delicado nuance de fragrância. De um lado, em seu apartamento, Daniela. Do outro lado da cidade, em uma sacada, Juliano.
Ao tempo que Dani consentia cair lágrimas de sentimento, Juliano tomava mais uma dose de uísque para abrandar a tensão. O dia admitia todas estas sensações. Uma hora mais tarde e estariam casados. Enlaçados em matrimônio. Dani sonhava com este dia. Juliano sonhava com Dani. Ambos sonhavam com tudo, seriam um, seriam dois, seriam mais. Sempre mais.
A igreja estava adornada e um clima romântico pairava no ar. No altar, embora prolixo e mais ainda, o olhar de Juliano não disfarçava o desejo. O anacronismo costumaz; o piano anuncia a noiva- Suntuosa e ingênua. Esplendorosa em suas eqüidades.
O enlace e as afianças de amor. Choro, alianças, enternecimento. Salão de festas, presentes, amigos, felicitações... fim para os convidados. Agora a noite é só deles, Dani e Juliano. O lingerie adiciona o sabor lúbrico de uma noite de paixão. Dois corpos, duas almas, um escopo. Dani e Juliano, amantes e amigos, confidentes, ajudadores, edificadores, mútuos, apaixonados. Não são mais dois, porém um... Que o enlace do casamento seja a aliança do matrimônio e esta aliança seja o auto-complemento de duas almas, num mesmo corpo chamado amor. Dani e Juliano sou eu e você, amada minha, a quem anseio desposar e de quem sei desejado.
(texto lúdico sob o voyerismo introspectivo de um romance futurista)