Meu (Nada Querido) Diário

A vida anda merecendo um diário. Não que eu esteja na pretensão de prestar uma singela homenagem a tudo de bom que ela me proporciona; não, bem longe disso. Mesmo porque a vida não me proporciona nada de bom. Talvez até proporcione e meu niilismo exarcebado de cada dia coloque um tapa olho na minha carinha linda de cavalo e eu não enxergue as coisas ditas como boas.

A minha experiência com "diário" vem desde os tempos do Fotolog em que eu escrevia sem dar espaço depois das vírgulas por simples questão de estética: eu achava mais bonito tudo junto, coladinho, mas, com o tempo, felizmente, eu parei com essas idéias erradas. Eu também não tinha lá muitas idéias ou noção de que poderia escrever despirocadamente coisas que passam longe de acontecer na minha vida e é isso que eu vou tentar resgatar neste "Meu (Nada Querido) Diário": a escrita mais simples e sincera possível de outrora. Claro, com espaço depois das vírgulas.

A semana passada foi um verdadeiro inferno de conspirações contra a minha pessoa por conta da fusão entre a minha sorte madrasta e a Lei de Murphy e eu quero esquecer essa porra, portanto, vou começar pelo dia de hoje, domingo, 10 de Abril de 2011, dia que papai do céu descansa - e o meu azar, não.

*

09/04/11 - Sábado, 23h47m, Rua Augusta.

Tudo bem que eu comecei falando que ia começar escrevendo a partir do domingo, mas eu te perdôo por você se sentir ultrajado por mim logo nas primeiras linhas deste nobre diário. Mas é que o sábado - que normalmente tem tudo pra ser um dia bacana já que é o dia subseqüente ao livramento dos grilhões dos dias úteis - foi marcado como o dia em que meu azedume superou niveís estratosféricos em que qualquer coisinha mínima conseguia despertar chiliques de magnitude incomensurável. Apesar dos pesares, passei o dia na companhia do meu querido brother from different mother, Carnero, e ainda consegui encontrar a musa inspiradora de um dos meus melhores textos (na minha opinião, por conta da concatenação de idéias e da fuga da minha própria obviedade) e falei sobre a situação com ela.

O Carnero resolveu dar asa pra cobra e acabou ficando no Pescador. Eu joguei meu skate no chão e desci a Augusta com todos os faróis abertos e peguei o Metrô no Anhangabaú.

(Continua, claro...)

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 10/04/2011
Reeditado em 10/04/2011
Código do texto: T2900301
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