Axé
__ Agora vamos fazer “au”.
__ Pra direita. Preste atenção, Gigante!
__ É isso aí Sebastian!
E eu dilatava nos lábios um sorriso de contentamento por receber os elogios do mestre. Tenho-o como exemplo de garra e determinação. Ô nego cheio de sabedoria, de malemolência!
Considero-me um guerreiro como ele. Tenho orgulho de minhas origens. Diferentes de outros por aí, que estão de cabeça baixa; só conhecem o lado ruim de nossa história. Não sabem que o negro lutou bravamente, e até deu a vida pela liberdade. Igual àquele cara, Zumbi, nosso herói maior.
Ele deve estar aqui, no espírito de cada um desses afrodescendentes, nos movimentos dessa capoeira.
Diz a lenda, que Zumbi foi bom guerreiro. Dava meia lua, e botava no chão com muita facilidade quem viesse à faca para pegá-lo. Ê Zumbi!
__ É sua vez Sebastian!
__ Está dormindo?! Ralhou o mestre.
__ É nossa vez Teté. Vamos fazer com gosto. Quero ser guerreiro como Zumbi foi; como meu mestre é.
Salve, salve nossa capoeira. Axé aê pra todos os irmãos que só querem respeito e dignidade.
Salve, salve, axé.