Axé

__ Agora vamos fazer “au”.

__ Pra direita. Preste atenção, Gigante!

__ É isso aí Sebastian!

E eu dilatava nos lábios um sorriso de contentamento por receber os elogios do mestre. Tenho-o como exemplo de garra e determinação. Ô nego cheio de sabedoria, de malemolência!

Considero-me um guerreiro como ele. Tenho orgulho de minhas origens. Diferentes de outros por aí, que estão de cabeça baixa; só conhecem o lado ruim de nossa história. Não sabem que o negro lutou bravamente, e até deu a vida pela liberdade. Igual àquele cara, Zumbi, nosso herói maior.

Ele deve estar aqui, no espírito de cada um desses afrodescendentes, nos movimentos dessa capoeira.

Diz a lenda, que Zumbi foi bom guerreiro. Dava meia lua, e botava no chão com muita facilidade quem viesse à faca para pegá-lo. Ê Zumbi!

__ É sua vez Sebastian!

__ Está dormindo?! Ralhou o mestre.

__ É nossa vez Teté. Vamos fazer com gosto. Quero ser guerreiro como Zumbi foi; como meu mestre é.

Salve, salve nossa capoeira. Axé aê pra todos os irmãos que só querem respeito e dignidade.

Salve, salve, axé.

Luis Antonio Silva de Araujo
Enviado por Luis Antonio Silva de Araujo em 09/04/2011
Código do texto: T2898805
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