EDVALDO ROSA

Estou cansado de tanta dor...
 
Nestes dias que correm, ocorreram coisas inomináveis, onde o valor da vida humana foi rebaixado a nada...
Nosso cotidiano parece ser inundado apenas por fatos lamentáveis, tristes, caóticos.
Não vou aqui enumerar tais acontecimentos, pois não me apraz dar mais publicidade aos fatos ocorridos... Já chega a mídia estar fazendo tão bem este trabalho, que a meu ver é quase um desserviço á comunidade!
É tanto o meu desassossego que desligo a TV para deixar de ver por instantes a calamidade que vem assolando a gente nestes dias correntes...
Não chega a meu ver estar me isolando, mas sim, uma procura por outros ares que não tragam consigo tanta morte, tanta maldade, tanto desespero.
Fica em mim não a impressão de fim de tempo, mas sim a certeza de que a alma humana carece de reparos, urgentemente. E de compaixão.
Meu pensamento vai á estratosfera, procurando respostas às indagações que me faço... Respostas estas que independem de mim... Mas que talvez fossem influenciadas por uma atitude minha, pessoal e direta...
Vou escrevendo minhas impressões em todos os cantos que me são oferecidos...
Tenho levado poesia, a minha poesia um tanto imodesta, para onde é bem recebida!
Venho falando de cultura e conhecimento, colocando a cara a tapa, para quem queira me fazer criticas e ainda espero por criticas e sugestões... E me parece pouco! E me parece quase nada!
As gotas de meu esforço são ínfimas diante das gotas de lágrimas, filhas de sofrimentos e de humilhações...
E eu estou cansado de tanta dor!
E eu estou cansado de tantas lágrimas!
Faço aqui um desabafo!
Tímido talvez, mas dentro das minhas possibilidades... Possibilidades adquiridas sob o peso de muito esforço!
Qual mundo estamos legando para nossos filhos e netos?
Que futuro poderemos almejar para aqueles que vieram após nossa partida?
Perguntas que recebem o silêncio como eco...
E ai vem os especialistas de plantão dar os seus pareceres, não que não tenham o direito de fazê-lo, para tudo ficar na mesma...
E ai vamos pensando no poder público, vamos pensando no poder privado, vamos pensando na responsabilidade individual de cada ser humano, partes integrantes de nossa sociedade, só para mais adiante vermos que esta tudo igual...
Meu desalento é coisa de momento, espero e desejo que assim seja, mas algo precisa ser feito, algo precisa mudar...
Estou cansado de tanta dor... Enfatizo com veemência!
Alguém tem algo a dizer, que possa trazer luz a este caos?
Alguém tem algo a fazer, para minimizar ou debelar tais sofrimentos?
Enquanto não receber respostas às questões propostas vou indo com meus projetos, esperando adesões... Vou acreditando na cultura! Vou apostando na educação!
E se aqui escrevo, se até aqui fui lido, entenda-se como um grito de desespero e mágoa!
Tristeza por aqueles que perderam seus destinos...
Não posso deixar de ter esperanças, mesmo que aqui em minhas letras se encontrem um tanto diluídas, mas isso não basta!
Não podemos estar tão anestesiados com a ocorrência diária das desgraças!
E mesmo que eu seja ou esteja louco, grito em desespero: Viva o amor!
E amor não é só aquele entre quatro paredes, mais aquele que sai às ruas e praças!
Aquele que traz ao ser humano um auto respeitar e se gostar!
Que o amor seja a única arma, que em vez de matar, vivifique... Que em vez de destruir, construa, erga, edifique, coisas e pessoas... Mais as pessoas do que as coisas...
É preciso amar!
E pensar que este ensinamento já é bem antigo... Tem mais de dois mil anos... E é tão difícil de pegar na mente humana, no coração humano, nas almas...
E eu vou amando como posso! Como sei!
E enquanto este sentimento vai permeando todo o meu ser, eu também tenho chorado!
Tenho me silenciado!
Tenho reagido!
Tenho feito o que mais sei, escrito, como agora, como protesto e como grito!
Pois eu estou cansado de tanta dor...
E vocês?
 
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
09/04/2011