Lamento e Indignação

O massacre de ontem na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, nos deixou consternados. E a brasileiros como eu, que se sentem indefesos diante do nosso frágil sistema de segurança, só restam palavras para manifestar a sua indignação.

Conversando com uma ex-diretora de escola municipal no Rio, ela me dizia: “Onde estava a diretora da escola? Tudo aconteceu por volta das 8:00. Ela já havia chegado? E a sub-diretora? E a secretária? E os outros funcionários? Por onde andavam? Como é que uma pessoa, fosse ou não um ex-aluno, tem acesso a uma sala de aula sem maiores problemas? Enquanto fui diretora, mesmo a mãe de um aluno estava impedida de ter acesso a seu filho se ele estivesse em sala de aula. Na porta da escola mantínhamos uma pessoa, remunerada pela Caixa Escolar, porque não dispúnhamos de pessoal do quadro da Prefeitura para esse fim, com ordens para impedir a entrada de pessoas estranhas ou que não estivessem credenciadas a ingressar no estabelecimento”.

E, vale reconhecer, se a remuneração dessa pessoa na portaria da escola pode ser considerada ilegal, ela é muito menos perniciosa que a ameaça representada pela presença de um psicopata ou maluco dentro de sala de aula entre os alunos.

As observações da ex-diretora são inteiramente pertinentes, sobretudo para a situação da escola de Realengo, que talvez seja igual a de toda as outras do Município sob o ponto de vista da segurança. Daí serem justificáveis os protestos e a indignação dos familiares atingidos por essa tragédia diante dos representantes dos governos da Cidade e do Estado.

A situação de fragilidade da segurança em nossa cidade é tal que o próprio delegado de polícia de uma das áreas abrangidas pela Linha Vermelha recomenda a opção por outro itinerário como forma de se evitar os constantes “arrastões” que se verificam naquela via expressa.

Essa realidade nos leva a admitir que ainda não é tratada com a devida seriedade e respeito a questão da segurança. Espero que esse quadro possa mudar, infelizmente a partir desse terrível acontecimento de ontem, para que não tenhamos aqui ocorrências cuja incidência era para nós mais fácil de admitir no exterior.

Rio, 08/04/2011

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 09/04/2011
Reeditado em 10/04/2011
Código do texto: T2898361
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