DO MEDO
 
Xilo de Goeldi


Houve a tragédia na escola de Realengo, Rio de Janeiro, e noticiada pela TV.
Terror e horror, com requinte de maldade e de insanidade tirando a vida de crianças interrompendo o caderno escolar aberto na carteira.


Tanto, que o pensamento se ausentou deixando só o sentimento. Tristeza absurda ver a TV. Muito triste esta tragédia da execução das crianças de treze anos, quase todas meninas estudantes, em meio à aula.

De chorar e sentir. De não conseguir pensar e raciocinar mais nada senão a dor de toda a tragédia de tal massacre tão próximo.
 
Fechei a casa toda.
Medo.
Não consegui dormir.

Voltei à TV e vi o filme “Dormindo com o Inimigo”.
O sono não veio, e veio o medo.
De nada.
Da casa aberta.

Medo do “lá fora”.
Portas e janelas fechadas parece que segura o medo lá fora.
Sinto mais segura.

Medo do quê?

De nada.

Só do medo
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