"A ROUPA FAZ O MONGE"?
As amizades para serem mantidas precisam de códigos simbólicos e, para sobreviverem, fazer com que desagradáveis segredos de desejos sejam mantidos por trás de máscaras, como a cobiça, a inveja, a competição. Quanto às amizades novas que vão surgindo, há um querer descobrir com quem se está lidando. Descobrimos muitas características que não aprovamos, até porque algumas delas gostaríamos de ter. Se há as intoleráveis, vamos compensando com as que são suportáveis e trazem vantagens. É assim que funciona e não podemos descartar as amizades, a não ser que se sinta que destoam completamente de nossos valores e, nestes casos, ficamos na superficialidade e, dentro de possível, procuramos evitar para não nos sentirmos transtornadas, já que não nos fazem nenhum bem. Há mesmo pessoas que, ao fazerem parte de nosso convívio, parece que só traz energia negativa, carregada e não custa evitarmos.
Balzac foi considerado por Richard Sinnett o grande cronista das transformações do século XIX, pois “procurava penetrar a aparência das pessoas e descobrir as forças ocultas da personalidade que guiavam o comportamento exterior”. Segundo Richard “nas novelas de Balzac a vestimenta é um aspecto favorito para investigar essas forças ocultas”.Ele acreditava que havia pessoas que mudando as roupas se tornaram pessoas novsas. Neste sentido “A roupa faz o monge”. Balzac acreditava que a roupa era um guia da personalidade e que ela falava por pequenos detalhes, como saber se uma mulher desconhecida é leviana ou respeitável. Estava certo para a época em que vivia.Hoje será diferente? A globalização nivelou pessoas e suas respectivas classes sociais e a moda veiculada pelos meios de comunicação possuem um grande peso nessa história.Infelizmente ainda vemos pessoas julgarem outras pelas roupas que vestem Basta irmos a alguma butique desconhecida sem a roupa adequadada para o lugar; os olhares de discriminação fuzilam sem pena.Lamentável, mas é fato.É o mundo de superficialidae que está ali presente. Vemos, também, farsantes usando desses expedientes de se apresentarem bem vestidos nas mais diversas áreas: política, comercial, afetiva, econômica e outras. Ultimamente, foi transformado em filme o caso do “picareta” que se passava pelo filho do dono da empresa de aviação, a Gol. Outro caso foi a entrevista do senhor, ex segurança de um Zoológica,que estava se passando por tenente-coronel. Este caso foi ainda mais sério e grave, pois comandava a segurança de um grande Estado.Foi mostrado no programa Fantástico, da rede Globo. São psicopatas que agem sem escrúpulos e vão avançando em suas investidas, até um dia serem descobertos casualmente. Conheço um caso recentíssimo de uma atendente de consultório, que “cursava” Enfermagem em uma escola particular. A médica já vinha desconfiando de algumas atitudes não aprováveis. Como a médica era quem financiava o curso e, por não trazer os recibos, resolveu ir lá e saber do desempenho da aluna e, para sua surpresa, a moça não era aluna. Usava o dinheiro e a boa fé da patroa. É aquela velha história que o psicopata pode morar ou viver perto. Infelizmente não há como não se sentir enganada (o). Estar atenta (o) a algumas sinalizações pode ser uma saída, para que seja evitado um problema sério. Muitas vezes uma boa aparência e uma forma de vestir com bom gosto não são suficientes para se saber a estrutura psicológica do sujeito. Passou há algum tempo uma novela global em que uma amiga de outra fazia toda trama para ficar com o marido da que a hospedava e sua meta era tirar todo o dinheiro possível do amante. Outro caso foi mostrado na televisão, recentemente, em que um grande empresário hospedou um “amigo” e este lhe roubou fórmulas para alisamento de cabelo para vender a outros empresários no exterior e que valiam uma fortuna. A traição, quando está bem perto, causa decepção e tristeza grandes. Sabemos inúmeros casos de condutas patológicas e que se aproximam de nossas vidas. Estar vigilante ajuda.