Eu Chorei Vendo a Propaganda da Coca-Cola
Tem horas que eu fico pensando como a mídia se amarra em transmitir diariamente, ao público, as tragédias e negatividades do nosso mundo. Ligo a TV às 20:00h – não que em outros horários tal fato não se repita – e lá se vem aquela carga imensa de criminalidade de todo tipo, acidentes das mais variadas formas, fracassos ( e a lista é interminável...) enfim, por um momento parece que o mundo resume-se a isto. E nós que estamos em casa, deitados sobre nossos sofás, com nossas meias de algodão e pijamas de cetim, a impressão que temos é de que não há mais solução para a humanidade, que o mundo está perdido e nada mais que há nele se aproveita.
Mas eis que no intervalo de “O Mundo Está Uma Merda” exibem o novo comercial da Coca-Cola, onde criancinhas americanas (na verdade eu não sei a nacionalidade delas, mas o inglês delas é bom!) cantam uma musiquinha infinitamente emocionante ao tempo que imagens e textos fazem um levantamento – segundo eles, baseados em um estudo sobre o mundo atual – diz que a cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, existem cem casais que planejam ter filhos, que para cada corrupto existem oito mil doadores de sangue, para cada tanque de guerra fabricado, são feitos 131 mil bichinhos de pelúcia, enquanto alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas de alumínio já são recicladas no Brasil (claro, eles querem vender!), que na internet, o amor tem mais resultados do que o medo. Moral: EXISTEM RAZÕES PARA ACREDITAR QUE OS BONS SÃO MAIORIA.
E vendo aquilo, uma lágrima correu pelo meu rosto. Deixei de lado os interesses econômicos das propagandas da Coca-Cola, esqueci até do imperialismo americano (mas bem que poderiam ter colocados criancinhas nordestinas, cantando algo do tipo Caetano ou Gil...) e pensei na humanidade. Então recomeçou o jornal, desliguei a TV, não que eu seja uma alienada e queira fechar meus olhos diante da realidade tenebrosa que vivemos. Mas por que a mensagem anterior mexeu tanto comigo que eu preferi, nos momentos seguintes, meditar sobre o que ainda há de bom para se aproveitar nessa vida. E não pensem que eu saí correndo para comprar uma Coca-Cola, pelo menos, dessa vez sua mensagem para mim foi outra.