A chacina de 7 de abril de 2011.
Meu coração hoje, dia 07 de abril de 2011, sangra. Sangra revolta pelas vidas friamente assassinadas em Realengo, Rio de Janeiro. A cidade está de luto. Manchada por sangue de crianças inocentes que estavam em sala de aula para aprender, sonhando com seu futuro, idealizando sua profissão, estudando para ser alguém. O fim do mundo para mim é o cenário de hoje; o amor está esfriando...
Filhos que mandam matar pais por dinheiro, mães que jogam seus filhos no rio, no lixo, porque querem se livrar de ser “mãe”. Irmãos brigando e planejando a morte um do outro por herança, o Massacre da Candelária e tantos outros casos violentos já acorridos aqui no Brasil, mas o de hoje, chocou-me o coração de uma forma peculiar.
Fiquei perplexa com tamanha frieza e incredulidade para com o outro, quanto ódio tinha aquela alma, que por não se amar achou nada acabar com a vida de filhos de mães que só queriam viver, ser, e crescer. Sou mãe, e vendo as imagens e os relatos de pessoas, fiquei sem chão. Bateu-me uma angústia de escurecer a vista, me deu medo, senti ódio da forma cruel e impiedosa que esse “menino monstro” executou seu plano.
Não sei o contexto da vida dele, qual o trauma de infância, se era maluco(não creio), não sei. Só sei que ele adentrou friamente naquela escola, onde um dia estudou. Planejou tudo espalhando terror, fogo e sangue. Creio que se não fosse um aluno ligar para sua mãe e avisar o que estava acontecendo, a trajédia seria pior, o cenário seria de filme de terror. A impressão que tenho, é que ele não foi alí para matar algumas pessoas, foi para matar a todos.
Como quem não tem coração, temor e nada a perder. Seja lá o que se passou naquela vida parasita. Nada, nada lhe dava o direito de fazer “justiça injusta" com as próprias mãos. Fazendo guerra, causando espanto, deixando mães sangrando, deixando sequelas e um vazio que muitos, no decorrer dessa chacina, sentirão. Não sendo mais os mesmos.
OS GRITOS DE JUSTIÇA ecoarão para o além. O assassino, monstro, frio e cruel, matou-se.
A súplica que faço aos céus, agora, é que Deus, com sua mão de misericórdia, cuide das mães devastadas, sabendo que aqueles corações jamais serão os mesmos. Meu Luto.
Camila Senna.
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