PERNAS PRÁ QUE TE QUERO !

O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas, pretas, amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.

(Poema de Sete Faces - Carlos Drummond de Andrade)

Distraidamente caminhas pela rua, quando um cão enorme avança em tua direção. Num átimo de segundo, pensando ou não, tu aplicas, literalmente, o "pernas prá que te quero", e sai correndo feito louco.

O Aurélio define a expressão "Pernas, para que te quero!" assim: "Exclamação que indica a ação de fugir correndo ante um perigo". Poderíamos dizer que é aquele momento em que tu lastimas não possuir rodas, que seriam muito mais rápidas. Acontece que rodas não têm o menor charme, enquanto que as pernas... ah! quantos pensamentos nos passam pela cabeça ao olharmos umas belas pernas! E como as coisas mudaram! Os antigos tinham que se contentar em mal vislumbrar os tornozelos das mulheres, enquanto que, nas Copas do Mundo da década de 70, a mulherada se extasiava com as belas pernas do goleiro Leão.

Pernas foram feitas para locomoção, mas adquirem diferentes valores dependendo de quem as possui. A bela Mariah Carey colocou as pernas no seguro por US$ 1 bilhão, o jogador Cristiano Ronaldo assegurou as dele por US$ 144 milhões. E quem não lembra de Garrincha, o maior driblador da história do futebol, "O Anjo de Pernas Tortas"? E da cena deliciosa das pernas de Marilyn Monroe em "O Pecado Mora ao Lado" (1955), quando seu esvoaçante vestido branco é levantado por um golpe de vento vindo de um respiro do metrô? E a Claudia Raia, com 1,10m de pernas? É muita coisa, né?

Pernas estão relacionadas com as mais diferentes situações. Tristes, alegres, escandalosas, sensuais. A imagem, sem rosto, de uma mulher com as pernas entrelaçadas nos ombros do Ronaldo Nazário fez furor. Soube-se, depois, tratar-se de Camila Mendes. O site britânico Lovefilm pesquisou qual a cena de cinema que as pessoas mais pausavam. A vencedora foi a famosa sequência da cruzada de pernas de Sharon Stone no filme "Instinto Selvagem" (1992). Na cena, a personagem, suspeita de homicídio, passa por um interrogatório em que todos os homens presentes estão mais tensos do que ela. Motivo? Sensualíssima, num vestido branco, ela revela que está sem calcinha enquanto cruza as pernas. Essa não é a típica situação do início da crônica... Pernas prá que te quero? Eu, heim!

Giustina
Enviado por Giustina em 07/04/2011
Reeditado em 07/03/2014
Código do texto: T2895241
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