Desabafo
Hoje, há algumas horas atrás, uma terrível tragédia abateu qualquer chance de um bom dia, para nós brasileiros.Provavelmente a notícia repercutirá em muitos outros lugares. Uma pessoa totalmente desequilibrada entra em uma escola municipal do Rio de Janeiro e atira contra crianças entre 10 e 15 anos.
Hoje, muitas mães e pais choram a dor da perda, choram o trauma dos sobreviventes, choram a dor de saber que seus amados filhos, mesmo não estando naquela escola, pertencem a um mundo tão violento, tão assolado pela injustiça, pelo abandono, pela falta de solidariedade, pelo excesso do TER ao invés da beleza do SER.
Hoje, especialmente hoje, o Brasil chora por essas crianças. E depois? O que virá depois? O esquecimento?
Quando fatos como esses acontecem, pessoas se reúnem e discutem o porquê de ter acontecido. Autoridades lamentam. Políticos demonstram comoção.Psicólogos vão à tv tentar explicar ou, pelo menos, analisar o comportamento do agressor. E depois? Depois, os veículos de comunicação logo se apoiam em outras tragédias e tudo é esquecido. Nada resolvido.
Hoje, a Educação está de luto. O otimismo está de luto. A esperança está de luto. Até quando vamos permitir que a violência, tão gratuita e cruel, continue ceifando vidas inocentes?
A vida é o nosso maior tesouro, patrimônio, mas está sendo subjugada pela barbárie. De que adiantam tantos avanços tecnológicos e científicos, quando estamos perdendo nossa própria alma, nossa própria humanidade?