FIM DO MUNDO
Quero descrever meus versos , não em rimas, nem em prosas
Não quero falar contigo em poesias mas na realidade terrena que nos abate
Quero após tantos anos, poder regurgitar o meu pretérito
Quisera eu neste instante ser Daniel
Ficar por alguns instantes, tragado na cova dos leões
Sem o mínimo pesar pelo inimigo que me espreita lá fora
Talvez pela obscuridade da noite que me rompe
Ou por certo ou incerto
O medo que me amedronta o descortinar do dia que me ronda
Não sou Moisés, mas quem me dera poder rever os 10 mandamentos
E na própria tábua sagrada deixar os inscritos para o grande julgamento
Pura pretensão!!!
Mas até hoje nos são lançadas as pedras que foram atiradas em Madalena
Não foi o Senhor quem nos disse?:
- Quem não tem pecado que atire a 1ª pedra!
Prisma de cada um...
Antes que o mal perdure, me encontro com José nas vendas da vida
Onde ele busca por Davi, que recita versos para Dalila, enquanto Sansão acredita que Judas não ficará no meio dos três.
Com isto me refugio na sabedoria de Paulo, ou me encanto carinhosamente em João Batista
Salomé, temerosa de outra insensatez , se disfaz e refaz com as danças de Míriam , que tanto causa inveja a Jezabel...
Assim segue a travessia do mar vermelho, quem sabe negro, mas sua correnteza não encontra o arco Iris, e por mais que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, nem o sino que tine, me permitiria ouvir as badaladas do apocalipse, que sem um pingo de pudor adentra nosso ser.