DANDO ASAS À IMAGINAÇÃO
Hoje é dia de recordar o professor Mário Moacyr Porto e cismar feito ele, acreditando que a ficção se sobrepõe ao real e que o verdadeiro, o real é o que está dentro de nós e não o que vemos e palpamos no mundo das exterioridades. O que me leva até Kant, com a sua afirmativa de que não importa a existência ou inexistência das coisas, mas sim a crença ou descrença que das coisas se tem. E aí recorro, outra vez, ao professor Mário que, partindo deste principio e crendo que todas as realidades estão dentro de nós, assim se manifesta: “Se eu creio – e a fé é um mero itinerário da imaginação – a minha crença constrói valores autônomos e inconfundíveis, não sujeitos à grosseira aferição dos dados imediatos. A arte, no seu sentido fundamental, é, portanto, o estilo da imaginação, ou mais concretamente, a representação do que deveria ser, segundo a compreensão da sensibilidade de cada um”. Vai mais longe o mestre e afirma: “ a inteligência, o espírito analítico, necessitam da sanção dos sentidos para admitir a evidência, e como os sentidos são infiéis e a evidência fugidia, tropeça a cada passo e contradiz-se em cada instante. A fantasia – que é a imaginação em dia de folga – salta vadia e ousada, os muros do racional, e constrói, com segurança, no infinito”.
Até onde somos levados pela imaginação? É dito que Shakespeare pendurava uma lanterna no palco e advertia o auditório que aquela candeia, oscilante e tosca, era a lua, debruçada no firmamento. E todo mundo via e sentia na luz baça do candeeiro de azeite a poeira luminosa do astro luminoso.
Fico por aqui, dando asas à imaginação e crendo nas fantasias por ela engendradas, afinal, sonhar é bom e eu gosto.
Hoje é dia de recordar o professor Mário Moacyr Porto e cismar feito ele, acreditando que a ficção se sobrepõe ao real e que o verdadeiro, o real é o que está dentro de nós e não o que vemos e palpamos no mundo das exterioridades. O que me leva até Kant, com a sua afirmativa de que não importa a existência ou inexistência das coisas, mas sim a crença ou descrença que das coisas se tem. E aí recorro, outra vez, ao professor Mário que, partindo deste principio e crendo que todas as realidades estão dentro de nós, assim se manifesta: “Se eu creio – e a fé é um mero itinerário da imaginação – a minha crença constrói valores autônomos e inconfundíveis, não sujeitos à grosseira aferição dos dados imediatos. A arte, no seu sentido fundamental, é, portanto, o estilo da imaginação, ou mais concretamente, a representação do que deveria ser, segundo a compreensão da sensibilidade de cada um”. Vai mais longe o mestre e afirma: “ a inteligência, o espírito analítico, necessitam da sanção dos sentidos para admitir a evidência, e como os sentidos são infiéis e a evidência fugidia, tropeça a cada passo e contradiz-se em cada instante. A fantasia – que é a imaginação em dia de folga – salta vadia e ousada, os muros do racional, e constrói, com segurança, no infinito”.
Até onde somos levados pela imaginação? É dito que Shakespeare pendurava uma lanterna no palco e advertia o auditório que aquela candeia, oscilante e tosca, era a lua, debruçada no firmamento. E todo mundo via e sentia na luz baça do candeeiro de azeite a poeira luminosa do astro luminoso.
Fico por aqui, dando asas à imaginação e crendo nas fantasias por ela engendradas, afinal, sonhar é bom e eu gosto.