Sorrisos soltos

Entendeste:

Porque tu tens a coragem de amar

tu não és rasa

Eu vou falar uma coisa...

Tu és o imenso azul oceânico

aquilo tudo que é anil do mar e do céu

que se mistura nas bolhas da rebentação

que molha as canelas e os pés

que mergulha no intenso sentir profundo

do mar salgado

do coração

e da solidão.

Deixa-me dizer-te:

Eu falo muito pouco a palavra "odeio"...

Mas eu odeio pessoas que falam falam falam e não bancam,e não assumem o que falam...

E na primeira oportunidade de provar aquilo que dizem há séculos...

São para trás...

Não assumem, têm medo do medo de dizerem e de serem felizes...

Odeio isso ...

Só quem amou muito é que sabe que solidão não é estar sozinho

solidão é estar com todos ao lado e não estares ao meu pé

Por isso assumo o medo de não te ter por aqui

ou te deixar ir, seres feliz. Seres feliz é a minha alegria que cultivo na esperança de que, um dia eu também te possa amar.

Deixo que o barco me navegue na soltura da noite, onde te pinto pontos estrelados

e deixo que tudo chegue ao meu beiral, no vento da madrugada.

Apago as luzes do meu cubicúlo, deito uma almofada no alpendere e lembro-me de nós.

Hoje apenas subsiste o meu corpo no soalho amadeirado. Não sei por onde andas e quisera não ter saudades tuas.

Mas tenho, hoje, ontém e amanhã também as terei.

Deixo que o mar te banhe os pés da água salgada, e quiça te lembres algures do nosso amor.

Deleto uma virgula na palavra amor, para ser uma coisa corrida e assim em vez de ficar amo-te, fica amote: e segue a mensagem na forma de um torpedo.

Será que ainda tens o mesmo número?!!

Sim...

É bem isso: ainda tenho...

"Sorrisos soltos"

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 05/04/2011
Código do texto: T2891886
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.