Sorrisos soltos
Entendeste:
Porque tu tens a coragem de amar
tu não és rasa
Eu vou falar uma coisa...
Tu és o imenso azul oceânico
aquilo tudo que é anil do mar e do céu
que se mistura nas bolhas da rebentação
que molha as canelas e os pés
que mergulha no intenso sentir profundo
do mar salgado
do coração
e da solidão.
Deixa-me dizer-te:
Eu falo muito pouco a palavra "odeio"...
Mas eu odeio pessoas que falam falam falam e não bancam,e não assumem o que falam...
E na primeira oportunidade de provar aquilo que dizem há séculos...
São para trás...
Não assumem, têm medo do medo de dizerem e de serem felizes...
Odeio isso ...
Só quem amou muito é que sabe que solidão não é estar sozinho
solidão é estar com todos ao lado e não estares ao meu pé
Por isso assumo o medo de não te ter por aqui
ou te deixar ir, seres feliz. Seres feliz é a minha alegria que cultivo na esperança de que, um dia eu também te possa amar.
Deixo que o barco me navegue na soltura da noite, onde te pinto pontos estrelados
e deixo que tudo chegue ao meu beiral, no vento da madrugada.
Apago as luzes do meu cubicúlo, deito uma almofada no alpendere e lembro-me de nós.
Hoje apenas subsiste o meu corpo no soalho amadeirado. Não sei por onde andas e quisera não ter saudades tuas.
Mas tenho, hoje, ontém e amanhã também as terei.
Deixo que o mar te banhe os pés da água salgada, e quiça te lembres algures do nosso amor.
Deleto uma virgula na palavra amor, para ser uma coisa corrida e assim em vez de ficar amo-te, fica amote: e segue a mensagem na forma de um torpedo.
Será que ainda tens o mesmo número?!!
Sim...
É bem isso: ainda tenho...
"Sorrisos soltos"
Paulo Martins