Coisas da vida
Moravam no mesmo bairro que eu.
Um casal como outro qualquer, se não fosse o fato de terem perdido seus três filhos ainda meninos.
E foi um atrás do outro.
Dizem que era uma doença no sangue, e as crianças não duravam muito.
O mais velho viveu até os dez anos.Que tristeza!
Eu era mocinha quando teve o velório...
Foi a primeira e a última vez que entrei naquela casa.
Ainda me lembro do corpo do menino no caixão, coberto de flores no meio da sala.
Ele lá exposto e a vizinhança desfilando ao redor do garoto.Olhos curiosos e penalizados ao mesmo tempo.
Os pais sentados num canto, imóveis, sem lágrimas pra chorar.
No dia das mães o padre na missa anuncia:
-Quem for mãe se levante para receber a bênção do dia...
E a mulher que perdeu os filhos, indecisa sem saber o que ela era,preferiu permanecer sentada.
Uma mulher ao seu lado falou:
-Ande, levante, você é muito mais mãe que todas nós.Deus levou todos seus filhos e você ainda está aqui.
E a vida continuou.
Moravam no mesmo bairro que eu.
Um casal como outro qualquer, se não fosse o fato de terem perdido seus três filhos ainda meninos.
E foi um atrás do outro.
Dizem que era uma doença no sangue, e as crianças não duravam muito.
O mais velho viveu até os dez anos.Que tristeza!
Eu era mocinha quando teve o velório...
Foi a primeira e a última vez que entrei naquela casa.
Ainda me lembro do corpo do menino no caixão, coberto de flores no meio da sala.
Ele lá exposto e a vizinhança desfilando ao redor do garoto.Olhos curiosos e penalizados ao mesmo tempo.
Os pais sentados num canto, imóveis, sem lágrimas pra chorar.
No dia das mães o padre na missa anuncia:
-Quem for mãe se levante para receber a bênção do dia...
E a mulher que perdeu os filhos, indecisa sem saber o que ela era,preferiu permanecer sentada.
Uma mulher ao seu lado falou:
-Ande, levante, você é muito mais mãe que todas nós.Deus levou todos seus filhos e você ainda está aqui.
E a vida continuou.