Uma singela divagação sobre Michelangelo Buonarroti.
Como sempre comento, se eu puder escrever e tiver livros para ler, sou a pessoa mais feliz do mundo. A única carência que possuo são estas, caso estes prazeres me faltem...
Quando escrevo deixo no papel meu estado de espírito (emocional ou psicológico), seja de amargura ou de muito amor. A escrita é minha terapia e os escritos - minhas alegrias, minhas dores ou meus amores. Escrevo por necessidade não para brincar ou me distrair como muitos conhecidos meus. Escrevem até bem melhor do que esta que vos fala, mas não necessitam deste hábito ou dom... para estes escrever é mera contingência.
Agora estou lendo a biografia do grande Michelangelo, achei que vocês gostariam de partilhar algumas curiosidades deste maravilhoso gênio das artes. O texto vai ser breve para não entediar meus amigos leitores...
Michelangelo Buonarroti (1475-1564) nasceu em Toscana, Itália. Era um gênio. Escultor , pintor , desenhista , etc., viveu bastante para sua época, onde a média de vida era trinta /quarenta anos. Na Europa aconteciam as pestes (neste período) e as vidas de muitos eram ceifadas. O grande Michelangelo sobreviveu e nos legou obras belíssimas. Era contemporâneo de Leonardo da Vinci, ambos competiam e se desgostavam. Uma época e dois grandes gênios. O espaço italiano era pequeno para caber grandes egos - muita beleza e grandiosidade. Da Vinci acabou indo para a França com sua Monalisa que até hoje repousa no Louvre.
Michelangelo se considerava maldito, vivia sua arte com delírios e aceitava uma carga de encomendas desumanas . Trabalhava dia e noite, parecendo ele mesmo condenar-se. Seus biógrafos igualam essa atividade devoradora (trabalho excessivo) à mania aguda que evitaria a depressão fatal do artista. Graças ou por causa disso nos legou maravilhosas obras na pintura, no desenho e na escultura.
Para não estender-me demais, só vou comentar sobre a Pietá que é a mais bela escultura que já vi e apreciei. Está na Catedral de São Pedro em Roma.
O conjunto representa uma Virgem Maria jovem (talvez menos de vinte anos) com o filho Jesus nos braços com seus mais de trinta anos. O artista disse/explicou a seus críticos que uma virgem sempre seria jovem e para carregar seu filho morto nos braços deveria dispor da força que ele perdeu na cruz (visão do escultor). Na época foi uma grande provocação aos teólogos. Esse paradoxo me impressionou, então busquei uma explicação. Maria não demonstra tristeza nem dor, só calma e beleza com seu filho, numa expressão de completo abandono nos braços da meiga mãe. É o enigma da vida, ligada a morte que nos oferece o genial escultor. Também, é a única escultura que o Michelangelo assinou.
Michelangelo era neoplatônico (idéias de Platâo), nesta época renascentista escolhera esse grego para admirar. Para os neoplatônicos, não há nobreza de alma sem a beleza física. Uma mulher para ser bela deve ser jovem, já os homens belos podem ser velhos... (acho essa explicação mais verdadeira para a valiosa e maravilhosa escultura)
Outra coisa me convidou a trazer esse tema para vocês. O nosso gênio era um poeta também. O homem era o sofrimento vivo e a sua alma dorida escrevia belos poemas... muito tristes. Vou postar três que muito apreciei.
Sou um desgraçado! Desgraçado!
Em todo meu passado não encontro
Sequer um dia que tenha sido meu!
Ah! Faça, faça
Com que eu não volte a ser o que era!
A singular Fênix não renasce
se não tiver queimado: e no fogo se eu morrer,
renascer espero mais claro entre os
que a morte engrandece e o tempo não ofende.
Se portanto eu vivo,embora cinza e fumaça.
Resistente ao fogo serei eternamente,
Pois fui cunhado em ouro e não em ferro.
“O cérebro do grande Michelangelo é como um caldeirão dos alquimistas, que transformam a vil matéria em ouro”.
Pedras, mármores, tintas , penas , etc. – e o grande gênio realiza seus milagres na criação das perenes e grandiosas obras.
( estas que hoje todos podemos apreciar, admirar e nos espantar...)
Como sempre comento, se eu puder escrever e tiver livros para ler, sou a pessoa mais feliz do mundo. A única carência que possuo são estas, caso estes prazeres me faltem...
Quando escrevo deixo no papel meu estado de espírito (emocional ou psicológico), seja de amargura ou de muito amor. A escrita é minha terapia e os escritos - minhas alegrias, minhas dores ou meus amores. Escrevo por necessidade não para brincar ou me distrair como muitos conhecidos meus. Escrevem até bem melhor do que esta que vos fala, mas não necessitam deste hábito ou dom... para estes escrever é mera contingência.
Agora estou lendo a biografia do grande Michelangelo, achei que vocês gostariam de partilhar algumas curiosidades deste maravilhoso gênio das artes. O texto vai ser breve para não entediar meus amigos leitores...
Michelangelo Buonarroti (1475-1564) nasceu em Toscana, Itália. Era um gênio. Escultor , pintor , desenhista , etc., viveu bastante para sua época, onde a média de vida era trinta /quarenta anos. Na Europa aconteciam as pestes (neste período) e as vidas de muitos eram ceifadas. O grande Michelangelo sobreviveu e nos legou obras belíssimas. Era contemporâneo de Leonardo da Vinci, ambos competiam e se desgostavam. Uma época e dois grandes gênios. O espaço italiano era pequeno para caber grandes egos - muita beleza e grandiosidade. Da Vinci acabou indo para a França com sua Monalisa que até hoje repousa no Louvre.
Michelangelo se considerava maldito, vivia sua arte com delírios e aceitava uma carga de encomendas desumanas . Trabalhava dia e noite, parecendo ele mesmo condenar-se. Seus biógrafos igualam essa atividade devoradora (trabalho excessivo) à mania aguda que evitaria a depressão fatal do artista. Graças ou por causa disso nos legou maravilhosas obras na pintura, no desenho e na escultura.
Para não estender-me demais, só vou comentar sobre a Pietá que é a mais bela escultura que já vi e apreciei. Está na Catedral de São Pedro em Roma.
O conjunto representa uma Virgem Maria jovem (talvez menos de vinte anos) com o filho Jesus nos braços com seus mais de trinta anos. O artista disse/explicou a seus críticos que uma virgem sempre seria jovem e para carregar seu filho morto nos braços deveria dispor da força que ele perdeu na cruz (visão do escultor). Na época foi uma grande provocação aos teólogos. Esse paradoxo me impressionou, então busquei uma explicação. Maria não demonstra tristeza nem dor, só calma e beleza com seu filho, numa expressão de completo abandono nos braços da meiga mãe. É o enigma da vida, ligada a morte que nos oferece o genial escultor. Também, é a única escultura que o Michelangelo assinou.
Michelangelo era neoplatônico (idéias de Platâo), nesta época renascentista escolhera esse grego para admirar. Para os neoplatônicos, não há nobreza de alma sem a beleza física. Uma mulher para ser bela deve ser jovem, já os homens belos podem ser velhos... (acho essa explicação mais verdadeira para a valiosa e maravilhosa escultura)
Outra coisa me convidou a trazer esse tema para vocês. O nosso gênio era um poeta também. O homem era o sofrimento vivo e a sua alma dorida escrevia belos poemas... muito tristes. Vou postar três que muito apreciei.
Sou um desgraçado! Desgraçado!
Em todo meu passado não encontro
Sequer um dia que tenha sido meu!
Ah! Faça, faça
Com que eu não volte a ser o que era!
A singular Fênix não renasce
se não tiver queimado: e no fogo se eu morrer,
renascer espero mais claro entre os
que a morte engrandece e o tempo não ofende.
Se portanto eu vivo,embora cinza e fumaça.
Resistente ao fogo serei eternamente,
Pois fui cunhado em ouro e não em ferro.
“O cérebro do grande Michelangelo é como um caldeirão dos alquimistas, que transformam a vil matéria em ouro”.
Pedras, mármores, tintas , penas , etc. – e o grande gênio realiza seus milagres na criação das perenes e grandiosas obras.
( estas que hoje todos podemos apreciar, admirar e nos espantar...)