MISTÉRIOS DA LUA CHEIA

Ontem eu olhei a Lua e ela era redonda. Parecia uma moeda de ouro gigante. Vi o São Jorge da minha infância, montado em seu cavalo, dominando o dragão... Como era puro transformar as manchas lunares num episódio em que o bem sempre vencia o mal! O brilho que deixava a noite prateada, formava aspectos estranhos na Terra e as sombras adquiriam contornos que instigavam a imaginação infantil. Nas noites de Lua cheia vislumbrávamos vultos que amedrontavam, fantasmas que se moviam... O uivo de um cão mais afoito nos dava arrepios... Será que alguém virou lobisomem? Após os "serões" na casa da minha avó, eu agarrava fortemente a mão do meu pai, temendo e tremendo a qualquer arbusto que se mexesse com o vento. E se o "capa preta" aparecesse? Ah! Mas eu tinha um "pai herói" e isso amenizava o meu temor de criança. Bons tempos!

Mas hoje eu olhei a Lua e... socorro! Roubaram um pedaço do nosso satélite natural! Era assim que eu pensava com meus ingênuos e puros cinco anos. Se a Lua é feita de queijo, com certeza um rato comeu uma parte... Guerra aos ratos! Simpáticos ratos! Saudades do tempo em que os ratos eram apenas e simplesmente os roedores! Hoje o encanto se foi e ficaram os ratos que roem o dinheiro público, corroendo a dignidade e os valores da minha infância.

Giustina
Enviado por Giustina em 04/04/2011
Reeditado em 07/03/2014
Código do texto: T2889722
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