O compromisso
Quase no final do curso, minha mulher reuniu seus amigos de falculdade na nossa casa. Meu filho Caio logo se enturmou e ao final da brincadeira já se escalara para a balada noite a dentro, rua a fora. A princípio minha mulher não queria permitir tal empreendimento dado ao elevado estado etílico de todos os sobreviventes. Meu filho apesar de adulto, mas por desfrutar de cuidados "madrásticos" especiais não costuma ser desobediente e por iso, buscou apoio dos novos amigos. Foi então que Biel, um dos colegas de minha mulher, prontificou-se: "Pode deixar comigo. Eu cuido dele: levo e trago. Estando comigo, está com Deus... Afinal, amigo é pra essas coisas". E assim, como o combinado nunca é caro, foram todos juntos, em um único carro, apesar de recém conhecidos.
Já pelas 6 ou sete da manhã percebemos, pelo barulho de portões e portas, o retorno do meu filho e então curtimos o restante da ressaca em tranqüilidade. Quando nos reunimos novamente, lá pelas 2 ou tres da tarde, minha mulher perguntou ao meu filho: "Caio, quem te trouxe hoje pela manhã?". "Tia, não faço a menor idéia...". "Onde você estava?" - insistiu ela. "Pior ainda, tia!"
- Tia! Eu saí ontem? - Arrebatou.
No mesmo dia, ainda, encontramos o respeitavel responsável pela custódia do Caio.
- Biel! Onde vocês foram parar ontem?
- Sinceramente... Não lembro de nada que tenha acontecido após à meia-noite. Como é que eu saí da tua casa, ontem?
- Quem levou o Caio pra casa? - Pergunou-lhe ainda.
- Caio... Caio... Quem é Caio? - Devolveu.
Ela quiz morrer!