OLHA NÓS NA REVISTA FORBES

Saiu semana passada a famosa revista norte-americana Forbes com a tão esperada lista dos novos bilionários. Claro que não perdi noites de sono por isso, mas temia que o nosso Eike Batista caísse (ou saísse) do ranking. Não caiu e nem subiu. Ficou na mesma 8ª posição em relação a 2010, mas com um pequeno detalhe: 3 bilhões de dólares mais rico. Aleluia! Obs.: o ‘pequeno detalhe’ aprendi com Roberto Carlos.

Inveja? Não! Por que invejaria o Eike? Se ele ainda fosse marido da Luma de Oliveira, vá lá! – Estou mesmo é orgulhoso dele.

Em 2010 o Brasil tinha somente 18 pessoas nesse rol, agora são 30, (12 a mais) e poderíamos ter 31 se o brasileiro Eduardo Saverin não tivesse se naturalizado americano. Isso quer dizer que estamos caminhando a passos largos rumo à riqueza e nada impede que em 15, 20 anos, você ou eu, apareça nessa lista também. Se for antes, melhor.

Ou você é daqueles que aplaudiria se a lista não incluísse nenhum brasileiro? Temos mesmo é que comemorar, afinal, a Argentina em 2010 tinha um bilionário e nessa edição não vi nenhum. De duas uma: ou ‘esqueceram’ de citá-lo ou os arrogantes argentinos estão mesmo vivendo como ratos de igreja, com todo o respeito aos ratos.

E atente que a lista foi engrossada por mais 273 personalidades aumentando para 1.210 os bilionários desse pobre planeta.

Olhando a moeda pelo outro lado.

Alguém aí deve estar indignado com essa euforia e vou contar o por quê. Mas antes de chegar onde você está querendo, vou citar uma frase do famoso compositor brasileiro Tom Jobim. “O sucesso no Brasil é ofensa pessoal”.

Era, Jobim, era!

A partir de agora a cada novo bilionário brasileiro que aparecer vamos comemorar como sendo uma nova vitória da Seleção Brasileira de Futebol.

O por que da alegria.

Quanto mais ricos tivermos menos serão os que falarão mal do Brasil. Mais gente comendo bem, se vestindo bem, comprando carrões, jatos executivos, iates, etc. (etc. é bom porque quando a gente não sabe mais o que escrever coloca um etc. e tudo se resolve).

Resumindo: teremos mais gente plantando para dar de comer (e bem) aos novos bilionários, mais gente empregada fabricando jatos, helicópteros, iates e claro o etc. Ah, sem esquecer que bilionário gosta de aparecer fazendo caridade.

Que façam. A gente não sabe o dia de amanhã.

E se você pensou que iria esquecer da nossa carga tributária, enganou-se. Se os tributos fossem um pouco menores, com certeza teríamos ainda mais brasileiros bilionários na lista da Forbes, mas aí seria covardia. O que pensariam os ricos do primeiro mundo? Que aqui dinheiro dá em árvores? Tenham dó.

P.S. "Se eu falar contra um rico empresário, serei aplaudida. Se criticar ou questionar alguém mais humilde, serei crucificada." - Lya Luft, revista Veja de 13 de abril de 2011 - edição n° 2212