COISAS QUE PENSO MAS, NÃO DIGO
Existem pessoas que viajam tanto nas palavras alheias que se esquecem de prestar a atenção no que se quis dizer.
Há alguns dias atrás escrevi a respeito de um dilema pessoal que virava em torno do antagonismo entre as verdades do coração e da mente. E no meio das linhas que lá escrevi, também falei sobre a relatividade e a pluralidade das verdades, coisa que acredito. Pois bem, enviei o texto a um amigo que por sua vez, me enviou seu comentário por email.
Então, veio a minha perplexidade ao ler o conteúdo da mensagem. Bem, depois de uma vaselinada inicial e ele veio logo dizendo: “Não podemos relativizar a verdade. A verdade é uma coisa absoluta. Senão como fica fato da existência de Deus ou a discussão moral sobre o aborto¿” E prosseguiu... “O sol, por exemplo, não importa que acreditemos que ele seja um planeta ou uma estrela, ele não deixará de existir por isso. Da mesma forma que Deus existe, acreditemos nele ou não. A verdade é absoluta e precisamos que assim o seja, o que é relativo é a nossa crença.”
Quando acabei de ler o que ele dizia, falei cá aos meus botões: - Uai! De onde surgiu esse aborto? O que é que Deus está fazendo aqui? - me desculpe senhor, é apenas uma expressão- E o sol? De onde veio tudo isso? Não pensei que as minhas palavras poderiam ir assim tão longe a ponto de alfinetar as crenças alheias.
Em primeiro lugar, eu não costumo discutir a existência de Deus, porque creio que ele existe. Uma vez que creio... Sei, a comprovação de que preciso está na minha fé,sendo assim, não sinto necessidade de polemizar sobre o assunto. E ainda por cima, respeito o direito dos outros de acreditar ou não.
Quanto ao aborto, não recomendo a ninguém por não achar que seja a opção mais correta. Mas confesso que na juventude quando o cinto apertou a ele eu recorri. Me arrependi , sofri muito na ocasião e não me orgulho. E como eu disse, não recomendo. Hoje confesso, que não penso muito no assunto e quando penso, creio ter sido a melhor solução para aquela época e situação. Se hoje, eu faria outra vez¿ - Não. Se eu voltasse a aquele momento com a mesma condição emocional e amadurecimento, eu faria¿ -Sim. Se eu vou pro inferno¿ - Bem, talvez existam atenuantes, não sei. Mas se eu for... é o preço. Mas, acredito que talvez existam coisas que podem levar uma pessoa para o inferno mais rapidamente.
Mas voltando ao meu texto:
Eu falava no dilema da escolha entre a verdade da nossa razão ou a da nossa sensibilidade...