Treze Anos
Já não pergunta mais por que o céu é azul, nem por que a chuva cai, por que o mar não seca, como os filhos vão parar na barriga da mãe e nem como saem de lá. Já não adula suas bonecas, nem canta cantigas de roda. Sobre sua mesa, uma maquiagem, livros sem grandes imagens, objetos que brilham e enfeitam. Um espelho que não reflete mais inocentes tranças e laços, mas olhares vaidosos e maliciosos.
“Como ela cresceu!” – dizem. Ora a elogiam, ora a criticam, esquecem que ela carrega no coração as incertezas dessa fase, não sabe se ainda é criança ou se já amadureceu, não sabe se quer que o tempo passe logo, ou se quer que ele recue e a deixe viver sua pureza mais um pouco, seja qual for sua escolha... O tempo passa... E passa rápido.
E logo virão os namorados, e logo virão as festinhas com os amigos, mas logo tudo isso irá embora, e será a vez das responsabilidades. E é a partir dos treze anos que se pensa nisso, é a partir dos treze anos que os monstros do armário começam a sumir (se demorar mais tempo: procure um psiquiatra), é também a partir dos treze anos que a gente descobre a realidade da vida, esquece os contos de fada dos livros infantis e cria os nossos próprios.
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Escrevi isto em homenagem ao aniversário de treze anos da minha primeira irmã Paula Cristiany.
- Treze anos se passaram eu lembro quando você nasceu. Você teve a missão (e que missão!) de me ensinar ser irmã. Desejo-te toda felicidade do mundo. Te amo, irmã!