Ver a Morte de Perto
Por um instante vi meu mundo parar, senti um frio nada normal em todo o corpo seguido de uma dormência profunda de minhas carnes, o meu corpo pedia uma pausa, mergulhava num descanso profundo que era quebrado por um forte e estranho tremor nos meus ossos que me sacudia e me deixava inconsciente de tudo que estava acontecendo.
Minha boca, num esforço gigante, tentava dizer algo, as palavras eram interceptadas bruscamente, como se uma força maior governasse meu falar. As vozes me pareciam distantes, e meus olhos não me permitiam ver quem estava ao meu lado. Pensei que naquele momento meus sentidos fugiam de mim.
Chorei, imaginado a possibilidade de aqueles serem os últimos instantes da minha vida, e o pior de tudo era saber que nada valeriam ali num leito de hospital ao lado de desconhecidos. Pensei em Deus e nas pessoas que amo, pensei nas possíveis seqüelas que aquele incidente me deixaria se eu sobrevivesse. Por sorte, sobrevivi. Sem marcas dessa terrível experiência. Nem sei por que tudo aquilo foi acontecer comigo. A hipótese mais aceita é que a gente tem que ver a morte de perto pra aprender amar a vida e valorizar o tempo que temos nesse mundo.