AMOR ETÉREO

Amor é um sentimento que se presta a muitas discussões, seja pela complexidade de que é dotado, seja pela multiplicidade de facetas com que a ótica humana o vê.

Normalmente a complexidade decorre do grau de exigências que é feito por quem deseja amar ou ser amado. São condicionantes para um sentir que é incondicional por definição e conceito.

Já a multiplicidade de facetas amplia a dificuldade de entendimento acerca desse sentimento, haja vista muitos o verem como complemento, a outra metade, numa visão quase materialista de seu sentido. Outros destacam o aspecto carnal, enquanto outros o confundem como quase escravidão. Tudo isto sem falar no amor paterno, materno e filial, onde, não raras vezes, existe uma possessão que toma o lugar da proteção e de oposição em lugar de humildade frente à orientação.

Então, numa visão preliminar vê-se que sempre é possível ampliar a discussão referente ao amor, o que não significa que isto torne mais viável a sua compreensão.

Entretanto, tenho para mim que existe um amor que é indefectível, não comporta discussões, tampouco observações ou reparos. É um amor sublime, universal, cósmico e, por oportuno, muito belo e gostoso de ser sentido nos recônditos mais profundos da alma humana. Nesse amor inexiste qualquer exigência, não há o elemento carnal, não há possessão, tampouco oposição. É simplesmente amor, nada mais.

Nesse amor existem duas certezas por parte de quem ama: a primeira é de que ele realmente ama, sem fronteiras dimensionais, a segunda é de que é amado como se esse sentimento fluísse de cima para baixo, como néctar cósmico e divino. Esse é o amor etéreo.