ANDANDO NAS RUAS DE SÃO PAULO

Março 24, 2010 por Deífico

BLOG LÍRIO URBANO

Andando nas ruas de São Paulo, deparo-me com as pessoas apressadas, estressadas com a falta de humor, com a falta de tempo e sem tempo , e com a falta de amor e com desamor. Será que a vida na cidade grande transformou as pessoas em robôs prestes a entrarem em curto circuito?

Andando nas ruas de São Paulo deparo-me com mendigos, esquálidos, caídos em busca da sobrevivência, ou de pelo menos continuarem em pé e de pé, quando buscam esmolas para seu intento de drogarem-se para alimentar a alma esquecida ,de deixar a vida passar, simplesmente, passando.

Andando nas ruas de São Paulo vejo cães abandonados, que também lutam pela sobrevivência, mas de uma maneira diferente da do mendigo esquecido: para os cães a vida passa, com o sentido da vida natural, do seu instinto natural, tomando chuvas, tomando sol, vivendo o cio,vivendo o abandono,buscando o pão de cada dia, digo, a ração de cada dia, revirando latas de lixo, ou mesmo os lixos das ruas,que às vezes estão um lixo.

Andando nas ruas de São Paulo, os racionais e os irracionais formam a vertente do ir e do vir,do bom ,do ruim,do lúcido e do translúcido,do claro e do escuro.Cães e mendigos, formam uma nação que está do mesmo lado; e ao mesmo tempo estão do lado oposto.Os mendigos levam a vida deixando que ela passe.Os cães levam a vida deixando que a natureza faça a parte dela,e o instinto,a sua.

A vida nas ruas de São Paulo é uma epopéia de diferentes histórias. É poesia de diferentes versos. É música de diferentes ritmos e batidas diferentes. A morte e a vida andam abraçadas. A sobrevivência e a luta caminham juntas. Os animais, como as pessoas, às vezes caminham juntos; e às vezes caminham dispersos. As ruas continuam esburacadas ou recuperadas, mas cheias de carros, de gente, de tristezas e de alegrias. De pressas e de esperas. De medos e de alertas. Enfim, São Paulo não seria São Paulo sem as ruas; e as ruas não seriam as ruas sem as pessoas;e as pessoas não viveriam nas ruas sem as ruas.

É o que há.