ESTELIONATO ELEITORAL

ESTELIONATO ELEITORAL

A votação maciça de 1,3 milhão de votos, para o Tiririca, veio instituir de vez o que eu denomino “estelionato eleitoral”. Não tenho nada contra o palhaço da TV e sei muito pouco sobre o seu perfil de cidadão. Como pano de fundo da sua campanha, ele procurou reforçar a sua condição de “abestado” personagem que se confunde com o próprio ator. Enfatizar que desconhecia todo o processo eleitoral e o funcionamento da Câmara dos Deputados, a ninguém causou surpresa. Evidentemente, que a candidatura de Tiririca foi um coelho tirado da cartola por um grupo experiente, mas sem expressão política, premeditando e organizando um crime conhecido por “lesa-pátria”. Nunca o patrimônio cultural do País foi dilapidado em suas entranhas com tamanha profundidade. Não está em jogo o grau de instrução de Tiririca, mas o grau superior de escárnio daqueles que irão se locupletar de uma manobra sórdida, que os deveria enquadrá-los, desde logo, como candidatos “fichas-sujas” e impedi-los de exercerem seus mandatos.

Não há que se confundir os milhares de votos simbólicos de protesto e indignação, como aqueles dados no passado a “cacareco”, pois a posse deste seria inviável. O povo, desavisado e despolitizado como sempre, embarcou numa canoa furada, cujo naufrágio lhe causará prejuízos irrecuperáveis.

Na lição do Padre Fábio de Melo, “toda relação que priva o ser humano de sua disposição de si, de sua pertença, ou seja, a capacidade de administrar a própria vida, de alguma forma caracteriza-se como “sequestro da subjetividade, uma vez que o sequestro lhe retira da centralidade de suas próprias decisões””.

Tiririca foi e continuará sendo massa de manobra a ser utilizada pela quadrilha de aventureiros e usurpadores da pura e ingênua consciência popular.

Murillo da Villa
Enviado por Murillo da Villa em 31/03/2011
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