NÃO DECEPCIONEM MARTINHO LUTERO

Colatina, 31 de março de 2011

É muito comum ligar a televisão em alguns horários e ver em alguns cultos de Igrejas evangélicas pentecostais e neo-pentecostais, seus ilustres pregadores incentivando os fiéis e as multidões, pois parece é que querem mesmo número, dá mais lucro, a consumirem produto, da própria imaginação de quem as criou, em troca da bênção: lenço abençoado ou bem soado mesmo, após o pastor esfregá-lo na testa; travesseirinho ungido, será que põem óleo nele?; rosa ungida multe uso, pois espanta mal olhado, traz a pessoa amada, restaura a harmonia no lar etc; pedra e água do Rio Jordão, será que vêm com selo de autenticidade?; o santo óleo do monte das oliveiras, no monte das oliveiras não tem nem um pé de oliveira sequer...; água benta evangélica, até isso!!; sal grosso evangélico, isso é coisa de espiritismo (nada contra os espíritas); venha passar na “Tenda dos milagres”, acho que já vi esse nome em alguma minissérie antiga que passou na Rede Globo quando adolescente cujo tema era espírita (nada contra esses); pasmem! Até sabonete de arruda.

O que mais esses evangélicos vão inventar para ganhar dinheiro à custa da fé humana alheia? Olhando essas parafernálias de coisas inúteis parece que os lados ou as crenças se inverteram. Essa ação de vender bugigangas em troca da bênção de salvação, no fim da idade média, era da santa igreja que fazia isso não preocupada com a salvação de ninguém, mas com o poder temporal (essa afirmação não é minha, mas de Martinho Lutero, assim, entre com uma ação contra ele). Matinho Lutero notou que tudo isso que a santa igreja obrigava os fiéis a fazer era obra morta, porque a salvação e a bênção vêm por algo que é a base de toda a fé verdadeiramente cristã: a graça que é também o próprio Jesus Cristo, o favor imerecido de Deus para com o homem. Dessa forma, Lutero iluminado por Deus leu nas escrituras sagradas aquilo que o Apóstolo Paulo escreveu: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (CARTA AOS ÉFESIOS 2:8-9). Ou seja, “fui curado ou salvo, porque contribui mais, porque utilizei o óleo da santa unção, porque tomei a água benta evangélica”, ou algumas dessas neo-indulgências citadas acima. A revelação dessa Palavra de Deus invalida qualquer tipo de prática de obras com a finalidade de receber bênçãos de Deus e salvação. E foi exatamente com esse texto da Palavra que Marinho Lutero ergueu na porta da Catedral de Wittenberg, onde era reverendo, suas 95 teses e desafiou para um debate oral aos presentes e aos demais ausentes para que o fizessem por carta. Esse Ilustre homem lutou para que a verdadeira fé eterna (Jesus) chegasse até nossos dias. Ele pregou a revelação de Jesus Cristo.

Diferentemente disso, o que me parece é que as igrejas evangélicas esqueceram o tão importante ato do qual Martinho Lutero foi guiado pelo Espírito Santo para fazê-lo. E, assim sendo, retomaram as diabólicas práticas medievais da santa igreja, introduzindo as obras (Essas palavras condenatórias foram de Martinho Lutero baseado na Palavra de Deus, portanto briguem com ele). E com isso cometendo o mais terrível de todos os pecados: trocando o próprio Cristo, a graça salvadora e abençoadora, pelas próprias neo-indulgências, oferecidas por pregadores que podem ser comparados com o clero da época, cujas críticas Martinho Lutero não poupou (leia as 95 teses de Martinho Lutero).

Assim, se alguém acha que pode alcançar alguma coisa de Deus praticando tais obras, o próprio Apóstolo Paulo que lutou contra esse mal diz: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (CARTA AOS GÁLATAS 5:4). Portanto, penso que se Matinho Lutero ressuscitasse e pudesse visitar tais igrejas ditas do evangelho de Jesus Cristo, porque na verdade tais ações praticadas minimizam o próprio Cristo e a eficácia de seu poder no meio deles, ele se decepcionaria ao ver que sua luta foi esquecida por estes.

MENEZES, L. F.