ESSE CARA É UM GALINHA

ESSE CARA É UM GALINHA...

Terezinha vai à feira do bairro, com o namorado, o Artur; terminadas as compras, ele a leva para casa. Despedem-se com um beijo e ele vai embora. Nisso, aparece a Nivalda, que assiste a cena.

_ Hi!!!... Terezinha! Esse cara é um galinha. Pula fora, amiga, sai dessa, ele papa todas!!!

Terezinha já está praticamente, apaixonada, mas percebeu alguma verdade naquela frase, só que... seu coração bate forte, quando o vê, o desejo aflora... Mas como seu sonho é se casar e ter filhos, obviamente, ela não vai arriscar, assim de bandeja.

Cuidadosamente, ela irá escolher um homem bom, honesto e que a ame, de verdade.

Terezinha, com um fio de esperança, ainda, pergunta:

_ Nivalda, que sabe você, sobre o Artur? Vai, diga- me a verdade...

_ A verdade, amiga, é que ele é um garanhão: já machucou o coração da Judite, da Manuela, da Clotilde, da Joana, da Bia, da Gabriela e da Giselda. E isso são só as que eu conheço, fora as outras...

_ E você, Nivalda, ele já papou, também?

_Não!!! Ele bem que tentou, mas eu não quis.

Terezinha resolve seguir os conselhos da amiga e desfaz o namoro, no que faz muito bem!

Mudando de assunto, eu até hoje, não entendo o por que dessa comparação. Chamá-lo de galinha, acho injusto para com a penosa, coitada..

A galinha sempre foi um ser subjugado, dominada que é pelo galo, que monta e

desmonta na hora que quiser...

Quando não está exercendo suas funções de mãe zelosa( únicas horas em que é feliz) ela trabalha, arduamente, para garantir uma postura farta e de boa qualidade, imagine, ainda, o sofrimento do choco, época em que fica, dias e dias, no ninho, cuidando dos ovos, para que nasçam pintinhos, lindos e sadios. Nesse período, pouco se alimenta, pois todo o cuidado é pouco...

O galo, é, sem dúvida, feliz, porque, além de se satisfazer sexualmente, ainda usa o seu có co ri co, como grito de guerra. Deduzo, por isso, que o homem deve ser comparado com o galo e não com a galinha.

Finalmente, tenho que admitir que tanto o galo, quanto o homem teem suas virtudes: ambos são procriadores e, sem eles, nem a galinha e nem a mulher existiriam.

Voltando à Terezinha, ela se encontra, dois meses depois, com a Nivalda, na mesma feira.

_Oi, Nivalda! Está sumida... Como está?

_Estou bem e, também, muito feliz!

_Folgo muito, posso saber por quê?

_Vou casar...

_Muito bom e... quem é o noivo?

_O Artur...

_O ARTUR??? Mas você não disse que ele era um galinha?

_Só falei aquilo para afastá-lo de você, agora ele é meu!

_Faça bom proveito, eu não me incomodo, já casei com o Milton, ele é maravilhoso (foi no civil e religioso) e vamos ter um filho em breve...

Três meses, depois, elas se encontram, de novo.

_Que cara triste é essa, Nivalda?

_O Artur me deixou... me deixou grávida e não quer assumir...

Tete Brito
Enviado por Tete Brito em 30/03/2011
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