REFORMA MORAL

O governo brasileiro promete e o povo anseia pelas preconizadas reformas jurídica, previdenciária, administrativa, educacional e tantas outras. Entretanto, para que elas não nasçam já eivadas de vícios, impõe-se que sua efetivação tenha a respaldá-la o requisito básico, o pressuposto fundamental: a reforma moral de alguns congressistas. É chegada a hora de se dar um basta, um ponto final, para que estas figurinhas carimbadas no álbum negro do despotismo e das maledicências, deixem de se perpetuar vitaliciamente no poder, enraizando-se genealogicamente nas casas legislativas, instituindo e consagrando o abominável regime hereditário, tal e qual (escusas pelas comparações) ocorre nas escolas de samba e no tráfico. Felizmente não são todos, dirão alguns. Ainda bem que não, mas os resistentes, os não alinhados, embora maioria,são sufocados, asfixiados e, não raro, assim como o trigo, se deixam emaranhar pelo pernicioso joio, constituído pelas ervas daninhas dilapidadoras do patrimônio público, tornando-se, por isso mesmo, reféns de lideranças impostas e pré-fabricadas, depositárias infiéis do destino político do país.