Uma certeza
Cada um tem sua tristeza, seu legado, suas paixões, mazelas, alegrias. Cada rosto revela uma imensidão de coisas, que fazem isso que a gente chama de vida.
Quando olhamos a multidão, vemos apenas uma massa humana que sobrevive; entretanto, ao olharmos cada um, vemos o universo particular que forma as individualidades. Pessoas erram, acertam, sofrem, aprendem, vivem, choram, fingem e estão por aí. Ninguém está certo e todo mundo tem razão; isso porque a visão que temos, não juntos num só pensamento, mas a que cada um tem, é sempre limitada ao ângulo que nos colocamos ou que estamos. Numa sala, nem sempre vemos a mesma coisa, nossa visão é seletiva e subjetiva.
E é essa singularidade humana que desperta todo dia para uma vida incerta. Cada hora do dia é uma caixinha de surpresas. Nunca fazemos exatamente as mesmas coisas, nunca falamos um só verbo, nunca agimos sempre da mesma maneira. É como se todos os dias nos renovássemos.
Dessa maneira, caminhamos em uma direção que na verdade, desconhecemos o fim... ainda assim vamos; sozinhos ou nas massas, lá estamos nós. Ainda temos sonhos, ainda temos desejos, ainda temos esperanças, ainda temos motivos; na verdade, é exatamente isso que somos: sonhos, desejos, esperanças e motivos. E são nas horas vagas do dia que nos perguntamos se vale a pena tanto esforço. Olhamos mais uma vez ao nosso redor e vemos as pessoas a quem amamos, os objetos que gostamos, o nosso animal de estimação. Então temos uma certeza, talvez a única de uma vida inteira. Temos que viver e experimentar.