Amélias...raras, mais existem!

Genivaldo é um exemplo perfeito de "homem galinha". Sai à rua parece um "dandy"! Sempre perambulando em busca de uma nova presa, durante o dia ou nas noitadas, em ambientes abertos ou fechados, essa é a sua rotina. Acha-se um garanhão, está sempre a dizer que é o gostosão das mulheres.

É o que ele pensa! Na cidade onde nasceu e mora, é visto como um bobão. Cidade pequena, difícil de alguém cair na lábia dessa figura! Mas como tem gosto pra tudo, por alguns trocados, tem mulher que o encara.

Sua esposa, literalmente, lembra a "Amélia - Mulher de Verdade". Idosa, cuida de todo o serviço da casa, vai às compras, a roupa do marido está sempre impecável para ir à caça. Em uma dessas aventuras, o "dandy" crente que é o gostosão, levou a pior: envolveu-se com a Nice, garota de programa, bonitona, muito conhecida no bairro. O que ele não sabia, nem tampouco os seus colegas de noitadas, é que a Nice tinha planos para mudar de vida.

Um encontro hoje, outro amanhã, ele apaixonou-se de uma forma que passou a pensar em separar-se da esposa. Noites que voltava para casa, outras não e a “Amélia” nada reclamava.

De repente veio a notícia que ele não gostaria de saber: Nice comunicou a gravidez e adiantou, ou melhor, exigiu que ele se organizasse para definir onde iriam morar, já que a moradia atual estava com ordem de despejo.

Ordem dada, ordem executada. Logo o “dandy”atendeu o pedido da amada. Com lugar definido para morar, conforme ela exigiu, providenciou toda a mudança dos pertences da amada, inclusive os dele, pois, decidiu abandonar a outra família. Desse dia em diante, ele não mais dormia em sua casa; durante o dia, aparecia como visita de médico.

O tempo foi passando, sua esposa continuava em seu ritmo de vida. Além das atividades domésticas, ia a missa aos domingos e, raramente, visitava alguns amigos.

De repente, o “dandy” adoece e fica sem movimentos. Inútil, sem consultar a esposa, resolve retornar à casa. A esposa e filhos com muito carinho o recebeu, tomou as primeiras providências para alojá-lo confortavelmente, acionou um profissional de saúde e adequou a casa internamente e externamente com equipamentos de proteção para zelar pela segurança do novo hóspede.

O carinho da família e de amigos, foi o fator importante para o tratamento rapidamente dar sinais de melhora. Aos poucos ele está se tornando quase independente. A fala, lamentavelmente, já está normalizada. Digo lamentavelmente, pelo modo grosseiro que ele trata a esposa. Continua não se dando conta do valor da família.

Fiel aos ensinamentos religiosos, Dalva(esse é o nome da esposa do dito cujo), desdobra-se em cuidados com o “maladito”. Tem quem arrisque comentários maliciosos, por exemplo: “ela é uma idiota“- “pois sim que eu cuidaria dele” - “em minha casa ele jamais teria abrigo’...

Dalva que aprendeu a perdoar, não pensa assim. Ela tenta ser fiel ao evangelho de Jesus Cristo: “Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe, também, a outra - (Mateus 5, 38-42)”