A JUSTIÇA QUANDO NÃO HÁ JUSTIÇA

“Quanto juiz há, muito mais sobrecarregado de culpa do que o réu por ele condenado e diante do qual está sentado. Quão céleres passarão os poucos anos terrenos, quando ele estará diante do seu juiz , perante o qual valem outras leis. E o que, então?

Infelizmente, na maioria dos casos, o ser humano consegue enganar o mundo de matéria grosseira de modo fácil; isso, no entanto, fica excluído no mundo de matéria fina. Lá, felizmente, o ser humano terá de colher realmente aquilo que semeou. Por isso ninguém precisa se desesperar se, apesar de tudo, o mal mantiver passageiramente o predomínio aqui na Terra. “Nem sequer um único pensamento mal permanecerá inexpiado, mesmo que não se tenha concretizado numa ação de matéria grosseira.” Abdruschin em Na Luz da Verdade - graal.org.br

Estas palavras do filosofo alemão demonstram que o ser humano não deveria se revoltar quando sofre um “aparente” ato injusto.

Este fato de que foi vitima, no mínimo, vai lhe trazer mais experiência ou amadurecimento sobre uma deficiência que ele ainda tenha ou o vai redimir de algo que ele tenha praticado no passado, em outra vida, no mesmo nível, ou de forma mais simbólica se ele neste ínterim tenha evoluído no reconhecimento.

Você pode dizer: “Falar é fácil”, sem se revoltar, mas ter este pensamento é importante, pois nos leva em frente sem ficarmos cismando sobre algo que devemos relativizar e não ficar perdendo tempo com o que passou.

Bola prá frente!

Não há nada que fique livre do efeito de retorno ou expiação, que vai trazer a justiça, mas para entermos isto temos que ver o mundo como um só, como realmente é.
 
Tanto o que aqui estamos vivenciando com o corpo, encarnados na Terra, chamado de matéria grosseira pelo filosofo, e a alma quando só estivermos com o corpo que usaremos após, ou seja, com o corpo que o filosofo chama de “matéria fina”.

Aquele corpo que sobrará quando perdermos o de matéria grosseira, mas que já existia antes de termos vindo a esta matéria, estando nela, no corpo terreno, e que perdurará quando sairmos dela.

Do corpo terreno temos os pensamentos, mas que sofrem a influência dos sentimentos que vem da alma, do corpo de matéria fina, que é a
essência.

Um pensamento pode ser neutro, nem bom nem mal, mas nós é que damos a direção dos sentimentos que o acompanharão.

Um pensamento pedindo justiça sobre algum acontecimento pode ser acompanhado de ódio, o que nos faria mal ou de indignação que já e um sentimento construtivo.

Com o corpo terreno de “matéria grosseira” geramos atos, geramos nossos pensamentos, nossos sentimentos ou ações que se formam também, automaticamente, no mundo da matéria fina, ou melhor, vão formando o mundo de matéria fina que vamos encontrar quando perdermos este corpo de matéria grosseira no nosso transpasse.

É um corpo de outra dimensão e que só vamos passar a usar quando falecermos. Enquanto estamos na Terra ele é invisivel, assim como o ar que nos rodeia. é outra contestura, mas que setimos dentro de nós, por exemplo quando estamos opressivos,

Nem sempre concretizamos aquilo que desejamos ou ansiamos na nossa alma aqui na matéria, mas nem por isto estes sentimentos ou mesmo os pensamentos deixam de gerar formas no mundo de matéria fina.

Por isto é errado dizer “Que pensamento não paga imposto”, pois paga, e muito, e vai influenciar a nossa vida também aqui na Terra, nos aliviando se forem de conformação boas ou nos atormentado se forem de natureza ruim.

E aí então! É para este mundo de matéria fina que iremos quando morrermos?

Correto, só que não vamos; nós já “estamos megulhados nele ” envoltos com ele, quando ainda estamos aqui na matéria grosseira e somente nele quando deixamos este corpo que aqui nos mantém agrilhoado na matéria grosseira.

O que o filosofo nos esclarece é que ambos os mundos são unos e o ser humano é que perdeu esta noção de interatividade que existe entre ambos e por isto não entende mais porque sofre agruras ou ajudas insexperadas enquanto está aqui.

Um mundo não existe sem o outro estaria certo esta colocação?

Sim, pois o corpo terreno em si não tem vida e sim só é vivificado pelo corpo da matéria fina, de onde se originam as nossas vontades, nossos pensamentos, nossos sentimentos, enfim onde está a nossa vontade e tudo que vai no nosso intimo e que muitas vezes nem os nossos mais próximos tem conhecimento.

Podemos ter sentimento de inveja, ódio, erotismo exarcebado, preconceitos, mas que não deixamos transparecer a ninguém aqui na matéria, mas criam formas no mundo de matéria fina que vamnos encontar quando morrermos.

Quem já tem acima de cinqüenta anos já notou isto, pois continuamos os mesmos embora notarmos o efeito dos anos no nosso corpo de matéria grosseira, mas interiormente nos sentimos os mesmos.

O corpo terreno tem “seu tempo de validade”, de utilidade, quando estamos aqui na Terra convivendo com pessoas heterogêneas, dos mais variados estados anímicos e personalidades.
 
Estes nossos conterrâneos, assim como nós, formaram o seu atual corpo de “matéria fina”, que acompanha o corpo terreno, das mais diversas formas durante as suas existências e que não foi construido  apenas nesta atual vida, mas a toda somatória de todos os tempos terrenos que tivemos desde o inicio da nossa trajetória e só aqui na Terra convivemos com todos estes que, na maoria, são tão diferentes de nós.

Isto vemos até na própria familia, como somos diferentes entre nós.

E qual a utilidade que temos com a vida terrena?

Acumular riquezas? Chafurdar na busca dos prazeres terrenos ou da carne? Buscar segurança financeira, afetiva ou familiar e depois ir embora da mesma forma que veio? Ou sair pior do que veio, embora muitas vezes bem mais rico do que quando chegou?

Mas o que adiantou aí estas conquistas se não foram acompanhadas de evolução ou elevação íntima?

Embora na maioria muitos pensem desta forma a principal utilidade são as vivências terrenas com as suas multiplicidades.

Precisamos destas vidas terrenas, pois aqui no meio de toda esta variedade podemos fazer as comparações, termos as vivências que nos ajudam a ver com mais clareza um caminho melhor para seguirmos, coisa que não acontece no mundo de matéria fina, pois lá só estaremos rodeados de pessoas com os mesmos erros ou vicios que possuimos.

A única diferença quando adquirimos riqueza ou poder é que iremos receber muito mais coroas de flores e teremos um caixão mais luxuoso e quem sabe até um pouco de mídia dizendo como você foi um homem bom e realizador, embora quando você estava vivo ninguém achasse isto, mas ninguém falava por temor.

...Certamente que não é esta a finalidade da vida na Terra, embora todo ser humano possa usufruir dos prazeres e das felicidades que o mundo material pode proporcionar, desde que isto não se torne o único objetivo da sua pequena passagem e desde que ele a aproveite de forma a vir se enobrecer, sem que para isso prejudique os outros, e assim se tornar uma pessoa melhor no mundo fino, que é o objetivo da vida em si, ou seja, levar o anseio por horizontes mais belos e luminosos quando for embora.

Mas e o juiz ou o réu citado no inicio do texto?

É, esta é a vida real. Aqui na Terra isto é possivel.

Tudo que pensamos, sentimos, realizamos criam forma e se enraízam lá no mundo fino de onde veio aquela alma passar um tempo aqui na Terra e que estará lá novamente assim que a “casca grossa” aqui seja deixada novamente com todos chorando em volta; chorando por desconhecimento, pois se ainda soubéssem que a vida continua naturalmente do lado de lá, não teríamos o porquê do chorar.

É por isto que não há injustiças neste mundo, pois “este mundo” não tem só este lado visível que aqui vemos e estamos e sim tem outro diretamente ligado, onde ali sim, tudo se forma desde o mais insignificante pensamento e onde nada escapa, pois ali tudo tem formação imediata, tem vida, e esta vida é plantada lá por tudo que pensamos, falamos, sentimos e realizamos.

É automático, sobre isto não temos nenhum controle, a não ser o de escolher o que vamos construir se positivo ou não e depois reencontrar.

A formação dele, ou melhor, a transformação ou a conformação que este corpo fino e o mundo fino vai adquirindo é nós que vamos dando uma vez que não podemos fugir à vida e basta estarmos vivendo aqui para ele, lá, ir se materializando.

A vida não tem fim.

O suicida dá fim ao seu tempo terreno, mas já em um milésimo de segundo após a morte já vai ver que os tormentos que o assolavam, quando ainda no corpo, ainda continuam e pior, pois somou mais um ato gravíssimo que vai ter influência na vida que vai ter lá.

Com a morte os tormentos não se acabam, por isso, por pior que sejam os momentos que estejamos passando aqui na Terra não adianta perder tempo e mãos à obra para que, com esforços, eles logo tenham um fim.

Então é por isto que tudo que aqui, muitas vezes, mesmo ultrapassando qualquer principio elementar de moralidade, e que ninguém fica sabendo, ou os tantos atos injustos que vemos à nossa volta e que invariavelmente escapam a todas as instâncias da justiça terrena ou que deixam de ser julgados e são arquivados “pelos decursos de prazo”, tão comuns no meio jurídico, da sociedade humana, servem só para aqui.

Para esta sociedade imperfeita que o ser humano criou para si com as suas leis e não para lá onde tudo que aqui foi feito também se formou e fica aguardando o desfecho.

Só que lá não há decursos de prazo.

Lá não importa o tempo que demoremos a ir, lá a colheita é imediata já no transpasse.
Já no milésimo de segundo do momento final deste lado de cá da vida do ser humano, não importa a toga ou o poder que possuía, já dará de cara com a sementeira que criou lá e ai não vai ter segunda nem terceira instância para recorrer.

Não terá poder nem dinheiro que o livre daquilo que ele mesmo criou para si mesmo.

Lá tudo é vida moldável e é formada pela vida interior de cada um que está aqui, do que foi intuído por cada um, independente do que tenha parecido aqui na Terra para os demais cidadãos, independente de riqueza ou pobreza ou de poder ou humildade.

Lá a vida vai sendo formada em tempo real, vinte e quatro horas todo dia, minuto a minuto, sem sábado ou domingo até o último respiro que daremos, por isto então não existe a mínima possibilidade de prevalecer qualquer injustiça.

“O que o homem semeia isto ele colherá” já dizia o grande mestre.

E é claro que não é aqui que ocorrerá esta colheita, pois não haveria tempo, os maus políticos que o digam, ou, em parte, até pode ser aqui, mas a maior parte será no lado de lá ou aqui, mas só que numa próxima existência terrena.

Mas o que é que estará aguardando os maus ou os bons ou os neutros do lado de lado de lá? O tal do céu ou inferno? Uma prisão com grades para que percam a liberdade e fiquem presos?

Que castigo ou alegrias afinal serão estas que acontecerão lá?

O termo “elevação”, sempre usado para a evolução espiritual, já nos diz muito, pois para nos elevarmos temos que nos tornarmos leves.

Consideremos que a vida no mundo de matéria fina é regida pela Lei Universal da Gravidade.

Esta lei que aqui neste nosso universo mantém todos os astros eqüidistantes e uniformemente organizados em suas orbitas ocorre lá também.

“Elevação” só se consegue se tornando mais leve.

O mal, os vícios, os pendores, possuem peso e agrilhoará os que dele usufruíam e que dele tinham prazer aqui na Terra no seu devido degrau do mundo de matéria fina, nem um milésimo acima nem um milésimo abaixo do correspondente ao seu peso de seu corpo formado por ele aqui enquanto estava aqui na Terra.

A sua própria gravidade espiritual é que lhe levará ao mundo ao qual ele pertence.

E esta região para onde ele vai automaticamente só terá almas do mesmo nível ou peso idêntico ao dele, ou seja, o mal que lhe dava prazer aqui na Terra continuará a lhe dar prazer lá, só que todos que convivem à sua volta lá também vão ter o mesmo prazer de fazer com ele o que ele faz com eles, ou seja, será uma região de tormento eterno e de vivências tormentosas mútuas, até um ou outro se enojar destas vivências e procurar sair dali.

Ele estará num degrau de matéria fina com os seus iguais e sofrerão mutuamente uns com os outros as trapaças ou males cometidos, por isto não há injustiça e todos colherão o que desejaram.

É o peso espiritual de cada um que determinará o lugar que cada um terá quando desta Terra partir.

Portanto, mãos à luta, vamos nos livrar daquilo que sabemos que não está certo fazermos ou pensarmos ou desejarmos, mas que continuamos fazendo só porque sabemos que aqui ninguém está sabendo ou ninguém está vendo.

Vamos procurar soltar os “nossos pesos” para que, como os balões que soltam os seus sacos de areia para subir, também termos um mundo espiritual de matéria fina melhor com quem conviver e estarmos automaticamente mais longe das regiões dos tormentos mútuos e mais próximos de todos os iguais que anseiam e que convivem em paz vivendo e dando felicidades.

Encerremos estas colocações com outro trecho contido na Mensagem do Graal “Na Luz da Verdade” do filosofo alemão:

“Portanto acordai finalmente! Aprendei a conhecer as leis da Criação. Para tanto não vos ajudará em nada qualquer inteligência terrena nem o insignificante saber de observações técnicas; algo tão mínimo é insuficiente para o caminho que vossa alma deve tomar! Tereis de elevar o olhar muito acima da Terra e reconhecer para onde vos conduz o caminho depois desta existência terrena, a fim de que nisso vos chegue simultaneamente a consciência do porquê e para que finalidade estais nesta Terra.”

www.hserpa.proseverso.net