CRÔNICA – O BBB do Senado
CRÔNICA – O BBB DO SENADO- 23.02.2011
Pensando direitinho e enxergando a vida com mais clareza, cheguei à conclusão de que tanto faz assistir as reuniões do Senado Federal do Brasil como ao famigerado programa que a Rede Globo impinge na cuca dos brasileiros todos os anos.
No BBB os “Brothers” para sobreviver dão um duro danado: Dormem o dia todo; bebem adoidadamente nas festas das quartas e sábados; combinam votos; prometem e não cumprem; se alimentam do que nunca comeram em casa, e os não aproveitáveis vão sofrer desgraçadamente quando saírem; de ruim mesmo somente algumas provas para escolha do líder, que é um tratamento desumano, contrário ao que estipula a Constituição brasileira... ”Ninguém pode ser submetido a tratamento desumano... etc.”. É mais ou menos assim. É verdade que tem um prêmio de R$ 1,5 milhão em jogo! Outra vantagem é que os tidos como homens poderão namorar as gatas e com elas ficar, já que a carência é generalizada, não para alguns que se acostumaram a brincar de orgasmo sozinho, e outros que só sabem curtir seus músculos, como fora sinônimo de macheza.
No Senado a coisa não é tão diferente: Tem o líder, que é o presidente perpétuo José Sarney, eleito em conchavo; combinam votos e ainda o que é pior são obrigados a votar nas proposições do governo, pois em caso contrário terão suas excelências cortadas as mordomias com empregos de eleitores, recebimento de emendas parlamentares em dinheiro vivo, e podem até ser cassados por infidelidade partidária. Falam a favor do trabalhador, mas na hora da votação aparecem os votos contrários no painel eletrônico. No BBB se algum falar mal da emissora ou de patrocinadores será expulso da casa, mas se algum parlamentar “meter a ripa” no Senado nada sofrerá. É livre a liberdade do falar, e além do mais o Conselho de ESTÉTICA não funciona.
O que mais se assemelha é que falam besteira, porcaria, não entendem nem de leis e nem de direitos (alguns, claro), e defendem o executivo sem medir consequências para os pobres que estão nas galerias da Casa de Ruy Barbosa e em seus lares vendo tanta baboseira. Não é que cada senador custa aos nossos bolsos a bagatela de R$ 41 milhões de reais por ano! Sim, eu falei milhões mesmo, podem se espantar à vontade. Todavia aí não está incluída verba eventual ou comissão por haver aprovado projetos fabulosos... não sei, dizem que acontece disso!
Alguns senadores são novos demais, ainda não perderam nem a catinga da urina, enquanto outros já vão com mais de quatro mandatos, nada mais nada menos do que 32 anos sugando o povo nacional. Uma vantagem a mais para o Senado é que lá não existe “paredão”, pois quando se começa um processo de cassação logo é arquivado e se transforma em pizza.
Como é que se vota contra o próprio poder da Instituição Senado ao abrir mão, praticamente, do direito de que os aumentos salariais do mínimo sejam decididos pelo legislativo. Isso significa baixar a cabeça, se apequenar, arriar as calças e fazer cocô na cara dos eleitores (ou coisa pior) que mandaram tanta gente burra morar em Brasília a nossa custa. Curioso, ainda trabalham das terças as quintas e dão no pé com passagem aérea gratuita todas as semanas para rever as bases (?).
Ora, R$ 545 reais por mês não são suficientes a uma família normal se manter, isso se computados os itens que a constituição relaciona: Como educação, saúde, segurança, transporte, vestuário e outros. Isso eu já venho pagando aos meus dois caseiros desde o início do ano, embora sem qualquer reciprocidade, pois o governo também pouco está se lixando para outras categorias de brasileiros, como os aposentados.
Os do governo criticaram duramente aos da oposição (por sinal um antagonismo sem liderança forte e sem parlamentares suficientes em número para disputar na dureza dos votos as proposições a serem julgadas). Quando vejo uma mulher presidindo o Senado, a maior casa de leis do país, eu chego a sentir orgulho, mas quando essa senhora é a distinta doutora Martha Suplicy, que perdeu sucessivamente eleições em São Paulo (e tomou um susto com a votação do candidato Netinho, aquele sambista que entrou na dança para evitar que a oposição elegesse um senador), perco toda aquela admiração, eis que ela não tem estrutura para tão alto cargo. É mais uma beneficiada pela bondade do Lula para com os seus partidários.
Dizer que a cada real que o país der de aumento aos pobres coitados representaria uma elevação no orçamento do governo em R$ 17 bilhões é pura balela, conversa pra boi dormir. Mesmo que fosse verdade tal assertiva, o que contestamos, esse valor seria muito bem retirado do montante que o governo para de juros anualmente, (cerca de 200 bilhões de reais, bastando dez por cento disso, ou seja 20 bilhões).
Outra coisa que me causa horror é a dívida interna do Brasil, que chega a um trilhão e quatrocentos bilhões de reais, mais ou menos, e ainda vem senador dizer que esse débito não existe, que é meramente escritural, pois na hora de pagar o governo põe a máquina pra funcionar e imprime a quantidade desejada de reais. Isso realimenta a inflação, pois é dinheiro sem lastro, é aquilo que se chama “papel moeda” e não “moeda papel”, esta que tem a liquidez garantida, lastreada em ouro e não apenas na confiança dos aplicadores nas autoridades brasileiras. Mas em o governo remunerando em reais, claro fica que o investidor poderá muito bem resgatar seu crédito e transformá-lo em outra moeda forte.
Outra coisa com que não concordo é a crítica à política de salário-mínimo de FHC, que o PT sempre era contra, porque a considerava irrisória, todavia agora vem praticar o que censurava em passado não muito remoto. Mas de um fato eu não posso olvidar, qual seja o porquê esse pessoal da oposição atual (PSDB, DEM e PPS) não reconhece de público que falhou e pede perdão aos trabalhadores. Reconhecer o erro é uma qualidade meramente de pessoas honestas e não faz mal a ninguém.
Preparem-se para a nova CPMF...
Fico por aqui. Em revisão.
Esperem mais dificuldades, pois agora é que a Dilma começou a mostrar suas garras.