ATÉ QUANDO ELE VAI ESPERAR POR MIM?
É noite, daqui de onde estou posso observar o céu e me vem a indagação: até quando ele vai esperar por mim? DE minha parte eu não tenho pressa, não me vou antes de aprender francês e traduzir “Ballade pour un adieu” de A. Morisod, o que ouço agora.
Às vezes eu me pego dizendo coisas, como esta de que “ o céu “ vai ter que esperar, que não tenho pressa de ir pra lá, para em seguida questionar a sua existência... Nem sempre fui assim tão cética sobre o que as religiões ensinam. Tive as minhas aulas de catecismo, não foi com o Padre João da cidade de Riba Dal, a terra dos judeus de que fala Miguel Torga no seu livro “Novos Contos da Montanha”, que benzia, perdoava, batizava e ensinava o catecismo por perguntas e respostas, do tipo: Quem é Deus? Pra ele mesmo responder: é um Ser todo poderoso, criador do Céu e da Terra, o que bastava para as ovelhinhas aceitarem como verdades definitivas.
Bem, já que não sei francês , só me resta esquecer ballade pour um adieu e vou de Miguel Torga, gosto deste escritor e poeta português, deixo dele um poema que fala de adeus e que eu gosto muito.
Adeus
É um adeus ...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus ...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer a humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade Consumada,
Um poema de líquido pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.
É noite, daqui de onde estou posso observar o céu e me vem a indagação: até quando ele vai esperar por mim? DE minha parte eu não tenho pressa, não me vou antes de aprender francês e traduzir “Ballade pour un adieu” de A. Morisod, o que ouço agora.
Às vezes eu me pego dizendo coisas, como esta de que “ o céu “ vai ter que esperar, que não tenho pressa de ir pra lá, para em seguida questionar a sua existência... Nem sempre fui assim tão cética sobre o que as religiões ensinam. Tive as minhas aulas de catecismo, não foi com o Padre João da cidade de Riba Dal, a terra dos judeus de que fala Miguel Torga no seu livro “Novos Contos da Montanha”, que benzia, perdoava, batizava e ensinava o catecismo por perguntas e respostas, do tipo: Quem é Deus? Pra ele mesmo responder: é um Ser todo poderoso, criador do Céu e da Terra, o que bastava para as ovelhinhas aceitarem como verdades definitivas.
Bem, já que não sei francês , só me resta esquecer ballade pour um adieu e vou de Miguel Torga, gosto deste escritor e poeta português, deixo dele um poema que fala de adeus e que eu gosto muito.
Adeus
É um adeus ...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus ...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer a humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade Consumada,
Um poema de líquido pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.